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‘Viúva da Mega-Sena’ será interrogada hoje por júri no Rio

Adriana Ferreira Almeida, viúva de René Sena, é acusada de planejar a morte do marido (Foto: Severino Silva/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)

 

Adriana Ferreira de Almeida, conhecida como “Viúva da Mega-Sena”, será interrogada nesta quinta-feira (15), no terceiro dia do julgamento que acontece no fórum de Rio Bonito (RJ). A mulher é acusada de planejar a morte do marido, Renné Senna, em janeiro de 2007. Eles se casaram depois que Renné ganhou um prêmio de R$ 52 milhões da Mega-Sena. O julgamento começou na terça (13) com previsão de durar três dias. O início dos trabalhos está marcado para as 10h.

Após o interrogatório da ex-cabeleira, a promotora de Justiça Priscila Xavier irá se pronunciar sobre a acusação de homicídio qualificado contra Adriana. A promotora terá a palavra por uma hora e meia. O advogado de defesa terá o mesmo tempo. Ambos terão direito à réplica e tréplica. Por fim, os sete jurados irão para a sala secreta votar sobre o caso, acompanhados do juiz Pedro Amorim Gotlib Pilderwasser, da promotora e do advogado da acusada.
No segundo dia, quarta-feira (14), foram ouvidas oito pessoas, sendo três testemunhas de acusação e cinco de defesa. Entre as testemunhas ouvidas estava um gerente de banco que administrava uma conta conjunta entre Adriana e Renné Senna.

O gerente disse que os dois faziam retiradas na conta conjunta, mas Adriana era quem mais movimentava a conta, retirando cerca de R$ 10 mil por mês. Em um determinado momento, disse o gerente, Renné decidiu cancelar a conta.

Entre as testemunhas de defesa de Adriana estiveram os pais dela. A mãe, Creusa Ferreira, chorou ao falar da prisão da filha. Ela disse que o casal vivia bem e que a única discussão que presenciou na fazenda em que eles viviam foi entre Renné e o irmão dele. Ela falou também sobre um apartamento comprado por Adriana em Arraial do Cabo, e disse que seria um presente de Renné para ela, fato que foi negado pela irmã de Renné, que afirmou que ele teria ficado furioso ao saber da compra.

"Esperamos que a Justiça seja feita e que seja tudo resolvido para acabar com esse tormento da família", disse o irmão de Renné, Carmo Senna, em entrevista à Inter TV.

O advogado de Adriana também falou com a reportagem. Ele lembrou do primeiro julgamento em que Adriana foi absolvida e que foi cancelado após um pedido do Minstério Público.

"Ela já foi submetida a um julgamento e a sociedade de Rio Bonito a absolveu. O MP conseguiu um novo julgamento e eu pensei que traria algo significativo, mas não tem nada de novo e não convence sobre a participação da minha cliente no crime", declarou o advogad Jackson Rodrigues.

Entenda o caso
Adriana é apontada de ser mandante do crime, em 2007, contra o marido, Renné Senna, que ficou milionário após receber um prêmio da Mega-Sena. O primeiro dia de julgamento durou cerca de nove horas.

No primeiro dia do julgamento, duas testemunhas de defesa foram ouvidas primeiro. Por se tratarem de médico e cuidador de idoso, não poderiam aguardar os três dias previstos de julgamento. E entre as testemunhas de acusação estava Renata Senna, filha da vítima. Ela disse que o pai desconfiava que Adriana o traía e, em depoimento que durou três horas, afirmou que o pai iria tirar o nome da então esposa do testamento.A irmã de Renné Senna, Mirian Senna, afirmou que tudo indica que Adriana tem envolvimento no crime, e a família está angustiada com o caso, depois de quase dez anos.

"Esperamos que a justiça seja feita. Não aguentamos mais esperar por isso. A Adriana não precisava mandar tirar a vida do meu irmão. Que ela ficasse com o dinheiro e deixasse ele viver", declarou.

Apontados como executores do assassinato de Renné, os ex-seguranças da vítima, Anderson Silva de Souza e Ednei Gonçalves Pereira, já foram condenados. Eles cumprem pena de 18 anos de prisão pelo crime.

Adriana chegou a ser presa em 2007, mas foi absolvida pelo Conselho de Sentença do Tribunal em dezembro de 2011. No entanto, ao julgar recurso ajuizado pelo Ministério Público, em abril de 2014, os desembargadores da Oitava Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) determinaram que ela fosse submetida a novo julgamento.

O crime
Na manhã do dia 7 de janeiro de 2007, Renné estava em um bar sem seguranças, próximo à sua fazenda, quando dois homens encapuzados chegaram numa moto e o carona atirou em Renné; ele morreu na hora.

As balas acertaram a nuca, a têmpora esquerda, o olho esquerdo e o queixo do milionário. A viúva Adriana foi acusada pela filha e pela irmã da vítima, Renata de Almeida e Jocimar da Rocha, de ser a mandante da execução.

Ex-lavrador, René Senna, ficou milionário em 2005, ao ganhar R$ 52 milhões no prêmio da Mega-Sena. Diabético, ele tinha perdido as duas pernas por causa de complicações da doença e morava em Rio Bonito.

Em 2006, começou a namorar a cabeleireira 25 anos mais nova que ele. Ela abandonou o emprego e foi morar com ele na fazenda avaliada em R$ 9 milhões, junto com dois filhos do primeiro casamento.

No dia do enterro, começaram as primeiras suspeitas da família do ex-lavrador contra a viúva, que tinha passado o Réveillon com um suposto amante em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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