Tiago Henrique Gomes da Rocha, 28, já foi condenado por cinco homicídios (Foto: Vitor Santana/G1)
O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 28 anos, apontado como serial killer, enfrenta o sexto júri popular na manhã desta quarta-feira (20), em Goiânia. Desta vez ele será julgado pela morte da estudante Bárbara Luíza Ribeiro Costa, de 14 anos, ocorrida em 18 de janeiro de 2014.
Tiago Henrique responde a mais de 30 homicídios e já foi condenado por cinco assassinatos. Além disso, ele já cumpre pena por roubo e porte ilegal de arma. Somadas as penas, chegam a 117 anos.
O julgamento desta manhã, que terá início às 8h30, será realizado no 1º Tribunal do Júri de Goiânia e a sessão será presidida pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) pede a condenação do vigilante por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
De acordo com a denúncia, Bárbara estava sentada no banco de uma praça, no Setor Lorena Park, esperando a avó, quando Tiago Henrique se aproximou em uma motocicleta e atirou contra o peito da adolescente. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu.
O advogado de defesa do vigilante, Hérick Pereria de Sousa, destacou que o réu deve comparecer à sessão desta manhã. “Hoje ele irá e deve dar a versão dele para os fatos”, disse ao G1.
Segundo Sousa, como o exame de balística confirmou que Bárbara foi morta por um tiro disparado por uma arma apreendida com Tiago Henrique, a defesa vai tentar retirar da possível condenação às qualificadoras apresentadas pelo MP-GO. “Vamos apresentar elementos que mostrem que a vítima teve sim chance de reação para excluir o motivo fútil e o recurso que impossibilitou a defesa”, explicou.
O advogado ressaltou, ainda, que vai voltar a questionar o laudo feito pela Junta Médica do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), que apontou que o vigilante é psicopata, mas plenamente capaz de responder pelos seus atos. “Ele tem um problema mental, que infelizmente não foi devidamente investigado. Esse laudo foi superficial e tem um resultado duvidoso”, afirmou.
Desaparecimento de jovem
Na terça-feira (19), Tiago Henrique participou de uma audiência de instrução para decidir se ele vai ou não a júri popular pela morte do estudante Diego Martins Mendes, de 15 anos. O menor desapareceu em novembro de 2011 e após sair para fazer matrícula em um colégio de Goiânia.
A sessão, presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, aconteceu na 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça. Inicialmente, o caso era tratado como desaparecimento. Entretanto, ao ser preso, Tiago confessou que matou o garoto e abandonado o corpo em um matagal, conforme a investigação.
Durante a audiência, Tiago Henrique falou apenas uma frase. “Queria dizer a verdade, mas esse não é momento, então, quero ficar em silêncio”. Depois desse momento, não respondeu mais a nenhuma pergunta e foi retirado da sala.
Mãe da vítima, Elisa Helena Martins, que vai continuar lutando para encontrar o corpo do filho. “Queria saber onde ele pôs meu filho. Até hoje não acharam nem um dedo. A cada dia que passa, eu morro um pouco”, lamentou.
O resultado da audiência deve ser divulgado dentro de 15 dias.
Condenações
Tiago está preso desde outubro de 2014, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. No dia 16 de fevereiro, ele enfrentou o 1º júri popular pela morte de Ana Karla Lemes da Silva, de 15 anos. A adolescente foi morta no dia 15 de dezembro de 2013 com um tiro no peito, em uma rua do Setor Jardim Planalto, na capital. Ele foi condenado a 20 anos de prisão.
A segunda condenação de Tiago Henrique ocorreu no dia 2 de março pela morte da auxiliar administrativa Juliana Neubia Dias, de 22 anos, assassinada em julho de 2014. A jovem foi morta quando estava dentro do carro com o namorado e uma amiga. Os jurados também o condenaram a 20 anos de prisão.
A terceira condenação foi pela morte da estudante Ana Rita de Lima, de 17 anos, ocorrida em dezembro de 2013. O júri popular, realizado no último dia 17, o sentenciou a 20 anos de reclusão.
Em 29 de março, Tiago foi condenado pela morte da estudante Arlete dos Anjos Carvalho, de 16 anos, ocorrida em janeiro de 2014, em Goiânia. A sentença foi, mais uma vez, de 20 anos de prisão.
Já no último dia 4 de abril, o vigilante foi condenado a 22 anos de prisão pela morte da estudante Carla Barbosa Araújo, de 15 anos. A adolescente foi morta no banco de uma praça do Setor Sudoeste da capital durante uma tentativa de assalto na frente da irmã mais velha.
Em todos os casos, a defesa do vigilante discordou da pena e protocolou recursos. Os advogados de Tiago pedem a redução dos anos de condenação.
Além dos homicídios, a Justiça condenou o suposto serial killer a 12 anos e 4 meses de prisão em regime fechado por ter assaltado duas vezes a mesma agência lotérica do Setor Central, na capital goiana.
O vigilante ainda possui uma condenação a 3 anos de prisão em regime aberto e ao pagamento de multa pelo crime de porte ilegal de arma de fogo. Neste caso, a pena foi revertida por prestação de serviços à comunidade e pagamento de R$ 788.
Fonte: G1