Mais de 1,25 milhão de pessoas morrem por ano vítimas de acidentes de trânsito, estima a OMS (Organização Mundial de Saúde). Segundo um novo relatório, o número de fatalidades se estabilizou e deve começar a cair agora, apesar de em alguns países, incluindo o Brasil, o trânsito estar cada vez mais perigoso.
"Estamos indo na direção certa", afirmou Margaret Chan, diretora da OMS, que atribui a melhora da média global a melhores legislações, fiscalização e a padrões aprimorados de segurança em ruas e veículos.
"O relatório mostra que estratégias no trânsito estão salvando vidas", afirmou. "Mas também indica que o ritmo de mudança é muito lento."
Segundo o documento, num período de 3 anos, enquanto 79 países viram o número de vítimas do trânsito diminuir, outros 68 o viram crescer. O maior problema, afirma a OMS, está na África, onde a taxa de mortalidade é de 26,6 pessoas para cada 100 mil habitantes.
A taxa do Brasil, desde 2003, subiu de 18,7 para 23,4, e já se aproxima daquela dos países africanos com trânsito mais perigoso. Em 2012, o país teve cerca de 47 mil mortes no trânsito estimadas pela OMS, a partir das 42,2 mil mortes efetivamente registradas e atribuídas a acidentes.
Num ranking da OMS, compilado ainda com dados de 2010, o trânsito brasileiro é o 33º mais perigoso do mundo, e o 5º da América Latina, perdendo em letalidade apenas para Venezuela, Equador, Guiana e República Dominicana.
Trânsito e desenvolvimento
Países em desenvolvimento, indica a OMS, concentram 90% de todas as mortes do mundo, apesar de abrigarem apenas 54% dos veículos. Entre os países populosos, o mais letal do mundo foi a Tailândia, com o trânsito provocando 38,1 mortes anuais por 100 mil habitantes. A república Dominicana teve taxa de 41,7 e Niue, minúscula ex-colônia neozelandeza, 68,3.
A Europa é a região do mundo onde o trânsito é mais seguro. Em países com regras mais rígidas, como Reino Unido, Islândia, Suécia e Holanda, as mortes anuais por acidentes de trânsito são menores que 4 por 100 mil habitantes.
O relatório da OMS também mostrou que metade das mortes por acidentes estão nos três grupos mais vulneráveis no trânsito: pedestres (2%), ciclistas (4%) e motociclistas (23%).
O Brasil, de modo geral, foi considerado um país com leis adequadas de trânsito, mas não tão bem implementadas. Em notas de zero a dez, o país recebeu apenas conceito 6 para a implementação de regras como a obrigatoriedade de capacete e o transporte adequado de crianças (no banco de trás, com assentos e cinto apropriados).
O respeito à obrigatoriedade do cinto de segurança e a velocidades máximas receberam nota 7. A proibição do álcool ao volante recebeu nota 8.
Fonte: G1