O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou nesta quarta-feira (29), em Brasília, que seu partido oferecerá à senadora Marta Suplicy (sem partido-SP) a vaga para disputar, no ano que vem, a Prefeitura de São Paulo. Após 33 anos de militância no Partido dos Trabalhadores (PT), Marta pediu nesta terça (28) sua desfiliação da legenda que ajudou a fundar na década de 1980, mas ainda não anunciou em qual sigla irá se filiar.
Siqueira disse que a direção do PSB já dá como certa a filiação da senadora aos quadros do partido. “Ela [Marta] é convidada, damos como certo. […] Não temos dúvida que ela estará no partido nos próximos dias”, enfatizou.
Nesta terça, poucas horas depois de pedir o desligamento do PT, Marta disse que mantém conversa adiantada com o PSB. O vice-governador de São Paulo e vice-presidente do PSB, Márcio França, disse ao G1 nesta quarta que seu partido oficializará, na próxima semana, um convite para a senadora paulista se filiar à sigla.
De acordo com Carlos Siqueira, a eventual candidatura de Marta à sucessão de Fernando Haddad na Prefeitura paulistana representa uma das mais competitivas do país”. Ela já governou a cidade entre 2001 e 2004.
“O partido estará aberto para alargar o espaço político e para que a candidatura dela [Marta] exista. Acreditamos que é uma das candidaturas mais competitivas do país”, enfatizou.
Filiada ao PT desde 1981, Marta se desgastou dentro da legenda depois que decidiu adotar uma postura crítica ao governo da presidente Dilma Rousseff. A relação da senadora paulista com a chefe do Executivo federal ficou conturbada, em 2014, depois que Marta tentou articular nos bastidores a candidatura de Lula ao Palácio do Planalto. Porém, a situação foi rompida quando Dilma nomeou Juca Ferreira para o comando do Ministério da Cultura.
Antes de se eleger para o Senado, Marta foi deputada federal e prefeita de São Paulo. No segundo mandato do ex-presidente Lula, ela assumiu o Ministério do Turismo. Marta ficou na pasta até junho de 2008 e se afastou para concorrer à prefeitura de São Paulo, retornando ao ministério na gestão Dilma.
Fusão com PPS
Após reunião de sua Executiva Nacional, o PSB anunciou nesta quarta-feira que o partido decidiu se fundir com o PPS. O anúncio foi feito em conjunto pelos presidentes do PSB e do PPS, deputado Roberto Freire (SP), durante entrevista coletiva na Câmara dos Deputados.
Freire afirmou que o novo partido disputará as eleições para as prefeituras de diversas capitais brasileiras.
“Esse novo partido terá candidatura nas grandes cidades brasileiras, como não poderíamos imaginar que sozinhos tivéssemos, e vai fazer frente aos grandes partidos que estão aí. Vamos disputar em quase todas as capitais brasileiras”, destacou.
As conversas sobre a fusão das legendas tiveram início em 2014, entre Eduardo Campos, que era do PSB, e Roberto Freire. O processo de aproximação ficou claro quando o PPS participou, no ano passado, da coligação que lançou a candidatura de Eduardo Campos à Presidência e apoiou a candidatura de Marina Silva.
Com a união dos partidos, a nova egenda terá 7 senadores, 45 deputados federais e três governadores, segundo dados dos partidos.
Fonte: G1