Trazido ilegalmente aos EUA por um parente quando tinha dez anos de idade, o mexicano Jorge Garcia foi deportado na segunda-feira (16) após viver quase 30 anos no país.
Casado e pai de dois adolescentes, ele tinha recebido autorizações do governo Obama para permanecer nos Estados Unidos desde 2009, quando recebeu a primeira determinação para deixas o país, mas foi obrigado a sair após o endurecimento da política de imigração adotado pela administração Trump.
Segundo Cindy Garcia, mulher de Jorge, desde 2005 a família já gastou US$ 125 mil com advogados e despesas legais para tentar regularizar a situação do marido. Como a mulher e os filhos são cidadãos americanos, eles permaneceram nos EUA.
A despedida da família aconteceu na manhã de segunda-feira no aeroporto de Detroit, onde agentes de segurança escoltaram Garcia até o voo que o levou ao México.
Um grupo de manifestantes foi ao local para protestar contra a ação, com cartazes com os dizeres “parem de separar famílias”. Segundo amigos, Garcia é um cidadão exemplar, que sempre pagou impostos e não possui qualquer registro criminal, nem mesmo multas de trânsito.
Dreamers
Jorge tem 39 anos, dois a mais do que o limite para se enquadrar na categoria dos Dreamers, como são chamados os beneficiados pelo DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals, ou Ação Diferida para Chegadas na Infância).
Criado por Obama em 2012, o programa concede vistos de estada e de trabalho por dois anos, renováveis, aos que chegaram aos Estados Unidos de forma ilegal quando eram crianças. O Daca evita a deportação temporariamente, mas não garante cidadania futura, nem residência permanente.
Em setembro, o procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, anunciou o fim do programa, mas com um prazo para que o Congresso apresentasse uma nova solução para os mais de 800 mil jovens que seriam afetados pela decisão. Uma alternativa está sendo negociada atualmente entre legisladores e a presidência.