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Mão humana pode ser mais primitiva que a dos chimpanzés

Um punho para se defender, um polegar e dedos em forma de pinça para executar tarefas minuciosas: a mão do homem parece sofisticada, mas seria menos "evoluída" do que a mão dos chimpanzés – é o que diz um estudo publicado nesta terça-feira (14) na revista "Nature Communications".

Pesquisadores norte-americanos e espanhóis descobriram que a mão humana seria mais primitiva do que a de seu primo mais próximo no reino animal (com o bonobo): o chimpanzé.

De fato, a mão do homem seria mais semelhante à mão do último ancestral comum entre homo sapiens (homem moderno) e macacos, que viveu há diversos milhões de anos.

"Este trabalho mostra que a estrutura da mão do homem moderno é primitiva em grande parte, mais do que o resultado da seleção natural" que teria favorecido a fabricação de ferramentas de pedra, explicou o artigo.

As mãos de chimpanzés e orangotangos avançaram mais do que as dos homens desde a introdução do subgrupo de homini, comum aos seres humanos modernos e aos macacos evoluídos.

Os dedos destes macacos aumentaram em comparação ao polegar para que eles fossem capazes de se pendurar de galho em galho enquanto a mão humana tem um polegar proporcionalmente mais longo que permite que cada dedo vire um alicate útil para o trabalho.

Até agora, a hipótese mais comum era a de que o último ancestral comum entre humanos e macacos era um animal com as mãos semelhantes às do chimpanzé atual.

Mas o trabalho realizado pela equipe de Sergio Almecija, do Centro de Paleobiologia Humana da Universidade George Washington, colocam a ideia em questão.

Poucas mudanças
Análises e medições precisas das mãos dos seres humanos modernos, de macacos vivos e fossilizados, mostram que a mão humana sofreu relativamente "pequenas mudanças" em comparação ao último ancestral comum com os macacos.

"Quando os hominídeos (família do homem moderno distinta da dos macacos) começaram a produzir sistematicamente ferramentas de pedra, provavelmente há 3,3 milhões de anos, suas mãos eram – em termos de proporções globais – praticamente como as nossas de hoje", explicou Almecija à AFP.

"Outra mensagem importante é que, enquanto as mãos humanas são em grande parte primitivas, as alterações relevantes que têm favorecido o desenvolvimento da cultura das ferramentas de pedra, provavelmente foram neurológicas", explicou. Foi nosso cérebro e não a forma das mãos que permitiu o desenvolvimento da cultura da ferramenta, sugeriu.

Fonte: G1

Redação

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