A Justiça do Trabalho proibiu a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo de realizar novas demissões de médicos, sob pena de receber multa de R$ 15 mil por trabalhador dispensado. Em crise, a instituição tinha iniciado o processo de demissão de 1.397 funcionários na terça-feira (13).
A decisão de suspender as demissões é do desembargador Wilson Fernandes, vice-presidente judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2). O magistrado marcou uma audiência de conciliação entre a instituição e o Sindicato dos Médicos de São Paulo para esta quinta-feira (15), às 13h30.
A ordem, segundo o TRT, ocorreu depois de pedido do sindicato, que contestou a dispensa coletiva de 184 médicos pela Santa Casa.
A assessoria de imprensa da Santa Casa disse que a entidade só irá se manifestar depois da audiência.
Demissões
A Santa Casa, maior hospital filantrópico da América Latina, começou o processo de demissão de 1.397 funcionários na. A instituição enfrenta, desde 2014, a maior crise financeira de sua história, com um rombo R$ 773 milhões nas contas.
O superintendente da entidade, José Carlos Vilela, disse à Globonews nesta semana que "por mais que sejam dolorosas, as demissões são necessárias". Apesar do corte, José Carlos afirmou que a Santa Casa não conseguirá fechar as contas. "As demissões entram nesse mesmo processo, mas não serão suficientes".
Ainda de acordo com o superintendente, o quadro de funcionários estava "superdimensionado" e 9 mil funcionários seguem trabalhando na Santa Casa. Ele afirmou que nenhum serviço do hospital será extinto.
Segundo o SPTV, os funcionários demitidos custam cerca de R$ 7 milhões todos os meses.
A Santa Casa afirmou que o plano de reestruturação visa "garantir a sobrevivência e a viabilidade da instituição, e a manutenção de 9.000 postos de trabalho".
Entre os 1.397 funcionários que seriam dispensados, há 184 médicos e cerca de 1 mil trabalhadores de saúde, 6 técnicos de segurança e 14 psicólogos, entre outros profissionais. O valor total das rescisões soma cerca de R$ 60 milhões e seria parcelado até quitação – o prazo poderá ser de quatro meses, 12 meses, ou até mais.
Desde o início do ano, a Santa Casa tem realizado algumas demissões. Desde junho, a Irmandade vem realizando ajustes que reduziram o déficit operacional de cerca de R$ 11,5 milhões para R$ 3,5 milhões.
Fonte: G1