O IPI dos carros 1.0 vai subir de 2% para 3% no início do ano e permanece nesse patamar até 30 de junho de 2014.
A partir daí, a previsão é de que o imposto suba para 7% -patamar que vigorava antes dos estímulos fiscais concedidos pelo governo.
Antes disso, porém, o governo pode rever mais uma vez as taxas, e pode, por exemplo, prorrogá-las por mais um período.
A elevação do imposto tende a ser gradual e, segundo o Ministério da Fazenda, não haverá impacto nos preços dos veículos.
A justificativa da pasta é de que há um acordo entre governo e fabricantes do setor automotivo para impedir repasses ou demissões no setor.
Segundo o secretário-executivo interino do Ministério da Fazenda, Dyogo Henrique de Oliveira, a recomposição das taxas está sendo feita após "entendimento" com a indústria.
"Os preços de veículos têm mantido um comportamento abaixo da inflação. Esperamos que continue assim, dentro dessa normalidade", disse.
MODELOS
Para os carros 1.0 a 2.0 com tecnologia flex (álcool ou gasolina), o IPI vai subir de 7% para 9%. A partir de julho de 2014, a alíquota deve voltar para a taxa original, de 11%.
Os veículos 1.0 a 2.0 movidos a gasolina devem subir de 8% para 10%. A partir de julho de 2014, o aumento do IPI deve ser para 13%.
Utilitários seguem o mesmo padrão dos carros 1.0. As alíquotas subirão em janeiro de 2% para 3%. No entanto, a partir de julho de 2014, o imposto deve ser recomposto integralmente, para 8%. Os utilitários para transporte de carga terão aumento menor no IPI a partir de julho, passando para 4%.
No caso dos caminhões o governo adotará uma política diferente: manterá zerada a alíquota de forma indefinida.
A Fazenda defende que a medida é importante para não prejudicar investimentos, uma vez que os caminhões são considerados "elemento de logística" e alterações em seus preços podem impactar toda a economia.
INFLAÇÃO
De acordo com o secretário-executivo interino, Dyogo Oliveira, ainda não foram feitos cálculos para estimar impacto das medidas sobre a inflação.
"Não estimamos o impacto na inflação, porque a transmissão desses preços não é automática. Há estoques e questões de mercado", disse.
O governo já havia sinalizado que adotaria uma nova recomposição parcial dos preços em janeiro.
O temor, porém, era de que houvesse elevação dos preços com as novas alíquotas, o que poderia também acentuar a tendência de desaceleração nas vendas.
A Anfavea (associação das montadoras) estima que o aumento de 1 ponto percentual de IPI tem um impacto de 1,1% no preço do automóvel. Um carro de R$ 30.000 ficaria R$ 330 mais caro.
Fonte: Folha de São Paulo