O incêndio ocorreu na tarde do último domingo (16) e provavelmente foi ocasionado por um curto-circuito em uma tomada. Foram atingidos os laboratórios de parasitologia, microbiologia, imunologia e multiusual. Este último é onde são realizadas as aulas práticas dos cursos da área de saúde.
As pesquisas em andamento não foram danificadas porque o laboratório onde o incêndio começou fica em uma área mais isolada e as chamas foram contidas a tempo. Um animal que era usado como cobaia em experimentos foi resgatado com vida pelos bombeiros, ainda que respirando com dificuldade.
De acordo com o professor Alexandre Paulo Machado o estrago só não foi maior porque havia pessoas próximas à área do prédio que logo avisaram os responsáveis pelos laboratórios e chamaram o corpo de bombeiros.
O professor revela que águas contaminadas atingiram a secretaria de Medicina. “O ambiente está insalubre, tanto que o pessoal da limpeza foi despreparado e passou mal, teve funcionário que desmaiou. Quem vai lá sai com pigarro porque o odor é muito forte, ou tem tortura, dor de estômago, ânsia de vômito, dor de cabeça e mal estar. Os gases são uma mistura de ácidos com derivados fenólicos, que causam irritação das mucosas”, explicou Machado.
Ele ainda afirmou que a situação é um alerta para as condições falhas de segurança na universidade. “A mangueira contra incêndio principal, que nunca foi usada e testada, não tinha pressão para conter o incêndio. Isso é resultado da falta de segurança que temos nos laboratórios, a péssima infraestrutura, sucateada, com fiações que já deveriam ter sido substituídas, falta de segurança na parte de prevenção e controle de incêndios, portas de emergência, extintores e falta chuveiros anti-incêndio nos tetos”.
Outro Lado
O Circuito Mato Grosso entrou em contato com a secretaria de Comunicação da UFMT, que afirmou, por meio de nota, que os extintores de incêndio funcionaram normalmente e a tubulação de gás e a parte elétrica teve que ser desligada por orientação do Corpo de Bombeiros.
Consta ainda na nota, a informação dada pelo diretor da Faculdade, Antonio Amorim, de que os servidores foram dispensados até que termine a limpeza e seja reduzido o cheiro da fumaça.
Segundo a UFMT, uma certidão do Corpo de Bombeiros sobre as possíveis causas do incêndio deverá ser divulgada ainda nesta terça (18).
Camila Ribeiro – Da Redação
Fotos: Divulgação