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Desigualdade diminui, mas mulheres ainda ganham salários 27% menores do que os homens em Mato Grosso

Levantamento dos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres revela que a desigualdade salarial entre homens e mulheres é superior a 27% em Mato Grosso. A remuneração média dos homens é de R$ 3.804,90, enquanto a das mulheres é de R$ 2.750,76. Os dados constam no 2º Relatório de Transparência Salarial, a partir dos dados extraídos de informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários, exigência da Lei nº 14.611/2023.

A Lei de Igualdade Salarial determina a equiparação de salários entre mulheres e homens em situações nas quais ambos desempenham funções equivalentes (ou seja, quando realizam o mesmo trabalho, com igual produtividade e eficiência). No Mato Grosso, a diferença de remuneração entre mulheres e homens varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença é de 38,6%.

No total, 840 empresas mato-grossenses responderam ao questionário. Juntas, elas somam 236,9 mil pessoas empregadas. O 2º Relatório foi apresentado na última quarta-feira, 18 de setembro. Em março, o primeiro relatório indicou que, em média, as mulheres recebiam 68,6% do salário pago aos homens no estado, ou 31,4% a menos. No primeiro ciclo, 837 empresas enviaram informações referentes a 229,4 mil pessoas empregadas.

No recorte por raça, o relatório aponta que o número de mulheres negras é bem maior que o de mulheres não negras nas empresas do levantamento, com registro de 54,4 mil e 29 mil, respectivamente. Contudo, mulheres negras recebem, em média, 22% a menos que as não negras. Entre os homens negros e não negros, a diferença de remuneração média é de 17,70%.

O documento registrou que, no Mato Grosso, 55,2% das empresas possuem planos de cargos e salários; 27% têm políticas de incentivo à contratação de mulheres; 34,1% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência e 17,2% adotam incentivos para contratação de mulheres negras. Em relação ao incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 12,3% dos estabelecimentos contam com a política.

O relatório também apresenta informações que indicam se as empresas contam com políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.

João Freitas

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