Bruna Marquezine e Fernanda Souza estão entre as famosas que já declararam usar o chá de hibisco para manter a boa forma. A bebida desbancou o chá verde e ganhou a preferência de quem quer emagrecer e perder a barriga, chegando, muitas vezes, a ser tomado no lugar da água pelos frequentadores de academias.
Mas é preciso cuidado, pois seu consumo exagerado pode fazer mal à saúde: o hibisco é vasodilatador e pode abaixar a pressão, causando tontura e sensação de fraqueza. Por isso, nem todo mundo pode consumi-lo. “Não há estudos com gestantes, então, por precaução, elas não devem bebê-lo”, explica Vivian Ragasso, nutricionista esportiva do Instituto Cohen, em São Paulo.
Embora haja poucas pesquisas de relevância científica sobre a planta, já se sabe que o chá ajuda a combater a retenção de água no organismo. “É preciso preparar corretamente, colocando uma porção das flores desidratadas na água fervendo, deixar descansar por dez minutos e coar antes de beber. Nunca se deve substituir o consumo de água pelo de chá”, afirma Vivian.
Arma contra a gordura
De acordo com Ana Luisa Vilela, médica especialista em nutrição clínica e obesidade, o chá de hibisco é um ótimo antioxidante e também tem ação termogênica, ou seja, ajuda a queimar calorias e ainda impede a formação de novas células de gordura. Por isso, se usado com moderação, pode se tornar uma arma interessante para quem quer emagrecer. “A quantidade recomendada é de cerca de três xícaras por dia, sem exagero. É preciso lembrar que chá também é remédio e o excesso pode ser nocivo”, diz.
Ana Luisa afirma que um dos pontos positivos do consumo de qualquer tipo de chá é o aumento a ingestão de água. “Quem não toma água tem mais dificuldade para queimar gordura, pois para combater radicais livres é preciso estar bem hidratado.”
A médica lembra que emagrecer não significa perder peso na balança e, sim, substituir a gordura por massa magra. Para isso, cuidar da alimentação e fazer exercícios físicos é fundamental. “O chá sozinho não funciona, é apenas um complemento”.
Dificuldade de controle
“O maior problema das ervas e plantas medicinais é que, mesmo recebendo o registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não há um controle e origem e apresentação. Cada fabricante vende de um jeito e isso muda a concentração das substâncias químicas que o produto possui", diz Maria Edna de Melo, doutora em Endocrinologia pela USP (Universidade de São Paulo) e diretora da ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica). "Se não sabemos direito o que estamos tomando, pode ser perigoso."
Ela afirma ainda que, embora os fitoterápicos sejam bons auxiliares na perda de peso, não se sabe ao certo qual a dosagem eficaz e a melhor maneira de usá-los.
Alguns estudos internacionais relacionam o hibisco ao combate da hipertensão, redução do colesterol e até à diminuição da fertilidade. “Essas pesquisas são feitas com animais e costumam ser publicadas em revistas de menor relevância científica. Normalmente, elas avaliam o uso do extrato da planta, que é mais concentrado do que as flores secas, por isso, os resultados não são tão confiáveis”, explica Maria Edna.
Fonte: UOL