Após denunciar Biel por agressão e assédio, a modelo Duda Castro acabou servindo de exemplo para outras jovens que dizem ter sido vítimas do cantor entre os anos de 2015 e 2016, quando sua carreira bombava. Algumas, aos poucos, estão quebrando o silêncio para expor o comportamento do funkeiro, que mora nos EUA há pouco mais de um ano.
O EXTRA teve acesso a três relatos e a pedido das jovens decidiu manter a identidade delas sob sigilo. As moças ainda temem alguma represáia por parte de Biel e sua família, além de algum julgamento dos fãs do cantor. Mas resolveram tornar suas histórias públicas para encorajar outras possíveis vítimas a fazerem o mesmo.
O primeiro caso que chegou à redação foi o da fotógrafa J, de São Paulo. Ela foi escalada para cobrir o evento “Twerk Music festival”, no dia 24 de maio de 2015, então o auge da prematura carreira de Biel. Ele era uma das atrações do evento e expulsou a fotógrafa do palco, quando ela iria fotografá-lo ao lado do rapper Khalil. “Fiz fotos de pessoas que estavam ali pra curtir. O primeiro show rolou, a pessoa me recebeu no camarim e foi tudo de boa. O segundo show era do MC Biel e ele não me deixou chegar perto dele. Ficou trancado no camarim com algumas pessoas. No finalzinho da noite, um rapper americano, que era a atração desse evento, entrou no palco, e logo depois o Biel entrou. Pedi licença para o rapper para tirar uma foto e Biel me empurrou, pedindo que me tirasse de perto dele. As pesoas que estavam ali, assistindo, riram de mim, me senti muito humilhada”, conta J.
O segundo episódio foi da jovem L, de São José dos Campos. Ela e uma amiga foram convidadas por um colega de Biel para irem à uma festa junina na casa do funkeiro em Lorena, no dia 12 de julho de 2015. O próprio Biel tratou de buscá-las na rodoviária. A festa tinha poucos fãs e muitos amigos do rapaz. E familiares também. “Ele subiu num balcão, dançou cantou e eu fiquei no meu canto na hora das fotos. Ele desceu e quis saber por que eu não posei. Eu expliquei e ele não gostou. Mais tarde, já alterado, me empurrou para dentro de um banheiro e tentou transar comigo à força”, relata a estudante.
O último depoimento a chegar até o EXTRA conta a história da modelo G, de São Paulo. “Achei ele bonitinho e comentei com um amigo em comum. Sem eu saber ele deu meu telefone para o Biel. Ele me ligou e até participei de um clipe dele. De lá fomos a uma balada e o vi saindo do banheiro com uma menina, gritando aos quatro ventos que tinha transado com ela. Achei ele um babaca e fui falar sobre o assunto. Ele não gostou do que ouviu, pegou um corpo e arremessou em mim. desviei, só me molhei e o corpo se espatifou no chão”, recorda ela, que ainda teve mais um encontro com Biel: “Eu achava que ele estava alterado por causa da bebida. Ele bebeu demais. Mas como ele tinha sido tão legal até ali… Foi quando saímos de uma festa e fomos para o apartamento dele. Eu, uma amiga , um amigo dele e outra menina. Isso no Rio, na Barra da Tijuca. Estávamos no quarto. Ele quis transar. Eu disse não. O Gabriuel pegou minha cabeça com força e colocou na frente das partes íntimas dele. Comecei a gritar e pedi para ir embora. Ele abriu a porta do quarto, me empurrou. Minha bolsa ficou lá dentro. Implorei para ele abrir. Ele abriu, eu peguei a bolsa e ele fechou a porta na minha mão”.
Os relatos contundentes e cheios de detalhes você lê ogo abaixo. Todas, no entanto, se apressam em dizer por que não proicuraram a polícia para registrar uma ocorrência. “Ele era ultrafamoso, minha carreira estava começando”, diz a fotógrafa. A jovem de São José dos Campos chega a chorar relembrando a humilhação: “Quem iria acreditar em mim? Ele com fama no Brasil todo?”. A modelo também não teve coragem: “Pensei em ir à polícia, prestar queixa. Mas o que pensariam? Ele famoso. Eu, uma ninguém. Tive medo do julgamento das pessoas”.
Leia os depoimentos das três jovens na íntegra
J, fotógrafa de São Paulo
“Meu caso aconteceu num evento 24/05/2015, fui chamada para fotografar um evento na Barra Funda, em São Paulo. Tive acesso a uma pulseira vip. Fiz fotos de pessoas que estavam ali pra curtir. O primeiro show rolou, a pessoa me recebeu no camarim e foi tudo de boa. O segundo show era do MC Biel e ele não me deixou chegar perto dele. Ficou trancado no camarim com algumas pessoas. No finalzinho da noite, um rapper americano, que era a atração desse evento, entrou no palco, e logo depois o Biel entrou, pedi licença para o rapper para tirar uma foto e me empurrou, pedindo que me tirasse de perto dele. As pesoas que estavam ali embaixo assistindo riram de mim, me senti muito humilhada. Algo que não desejo pra ninguém. Não fiz o BO porque ele era famoso, eu estava começando minha carreira, e tinha medo da consequência que isso teria em cima de mim. Fiquei quieta e diante de tudo que vem acontecendo na mídia, é importante que nós mulheres nos apoiemos. A gente tem que se pronunciar. Porque não é justo! Tive um dano psicológico. Parei de trabalhar com fotografia porque me sentia incapaz. Se uma pessoa famosa me empusrrou porque não acredita no meu trabalho… Eu me senti muito mal, abalada. Eu perguntava por que fui tratada daquela forma”.
L. estudante de São José dos Campos
“Eu fui convidada para ir à uma festa junina na casa do Biel através de um amigo dele. Pegamos um táxi aqui da minha casa, em São José dos Campos, até a rodoviária em direção a Lorena. Quem nos buscou foi o próprio Gabriel. Assim que chegamos na casa dele, já tinha bastante gente. Tinha uns oito fãs e o resto eram amigos mesmo. Inclusive toda a família dele estava lá. O que aconteceu foi que ele subiu num balcão de pedra, ficou lá cantando e dançando, pediu para todo mundo fazer foto, mas eu estava num canto, não queria posar. Ele se incomodou, já que eu não tava gritando ou fazendo foto com ele. Logo depois da foto com o pessoal, imediantamente ele desceu e veio diretamente a mim e perguntou meu nome. Aí ele perguntou por que eu não quistirar foto com ele, ficou indignado e disse: 'Como assim? Eu sou famoso! Você tá na minha casa e não quer tirar foto comigo?'. Eu falei que não quis porque tinha ficado com vergonha. Logo em seguida, a festa rolando, começou um entra e sai do quarto dele. Aí ele foi cum uma menina, depois chamou outra, acho que nessa brincadeira umas três ou quatro meninas foram ter relação sexual com ele lá dentro. Ele ficou um tempão nisso. E aí depois, eu comecei a conversar com um amigo dele na época, comecei a dançar, a me soltar, e ele chegou em mim. Todas as vezes que ele passava por mim, puxava meu cabelo, botava o pé na frente quando eu estava andando para eu cair… aquilo foi me irritando. Teve uma hora em que chamei uma amiga para ir ao banheiro comigo. Eu fiquei na porta do banheiro. Quando ele me viu, veio correndo e me empurrou pra dentro do banheiro. Ele colocou a mão na minha bunda, queria que eu colocasse a mão 'lá' nele, vocês sabem aonde… E dizia: ‘vai , sua gostosa, fica comigo’. E falava coisas nojentas. Eu disse ‘sai, não vou ficar com você’. E ele, alterado, tinha bebido. Me chamou de fraca. Falei com o amigo que eu queria ir embora.Aí foi onde ele começou as provocações de novo, eu comecei a chorar, me afastei, eu não tinha como ir embora. Não fiquei com ele, acho um absurdo ele ter colocado as mãos em mim sem eu falar que queria. Até que a festa foi acabando. Ele eu já não via mais, até que ele chegou de carro e veio, subiu em cima de mim e disse fica comigo gata, e colocou as mãos embaixo da minha roupa e me empurrou com tanta força que eu saí rolando. Biel disse: ‘se você não quer ficar comigo, sua vadia, sai da minha casa’. Eu fiquei superconstrangida. Eu esperei muito tempo para que acontecesse justiça. Como eu faria um BO? Ele era superfamoso. Quem iria acreditar em mim? Ele tem que estar preso!”.
G, modelo, de São Paulo
“Eu conheci o Gabriel em 2016. Eu lembro que comentei dele com um amigo que o conhecia, que tinha achado bonitinho e sem eu saber esse amigo passou meu telefone pra ele. No começo, achei ele um menino legal, até participei de um clipe dele e num outro momento fomos pra uma balada, num camarote, todo mundo estava bebendo e de repente vejo ele sair do banheiro com uma menina e gritando aos quatro ventos que tinha transado com ela. Achei ele um babaca, mas pensei: 'se a menina se submeteu a isso, problema é dela’. E tive a infeliz ideia de comentar com ele o que eu vi e ele não gostou do que eu disse. Simplesmente pegou um copo e arremessou em mim, desviei, só me molhou e o copo caiu no chão. Ele surtou e começou a dizer que ia me tirar da balada, só que eu conhecia as pessoas do lugar. Tentei acalmá-lo, ele tinha bebido muito. Fiquei com aquilo na cabeça, mas achei que era culpa da bebida. Até que em outra festa, estava tudo bem, a gente acabou indo pro apartamento dele, eu ele uma amiga e um amigo dele. E tinha mais alguma menina, eu acho. Ele estava bem. estava legal e acabei ficando com ele. Ele queria transar comigo e eu não queria. Ele tentou colocar à força minha cabeça na frente das partes íntimas dele e eu não quis, comecei a xingar e falei que ia embora: ele disse que eu não servia pra nada, me expulsou do quarto, minha bolsa ficou lá. eu nem tinha dinheiro para voltar para casa, eu nem sabia onde estava. Eu disse que só queria minha bolsa, ele começou a me xingar, abriu a porta, eu peguei a bolsa e ele fechou a porta na minha mão. Fiquei bem machucada. Estava em choque. Pensei em ir direto na polícia. Por outro lado pensei, quem vai acreditar em mim? Ele com visibilidade na mídia e eu uma ninguém. Tive medo do julgamento das pessoas e deixei quieto. Hoje, vendo um monte de meninas se queixando do Biel, só me confirma que ele é um psicopata, um doente. Ele me fez sentir um lixo”.