Mulher, filho e namorado estão presos na Delegacia de Homicídios, em Goiânia (Foto: Murillo Velasco/G1)
A Polícia Civil prendeu quatro pessoas suspeitas de matar o vigilante Rosimar Borges da Silva Sousa, de 38 anos, em Goiânia. Entre os detidos está a ex-mulher da vítima, a professora Simone de Sousa Faria, de 43 anos, que, conforme a investigação, teria encomendado o crime para esconder que havia forjado uma gravidez e conseguido o bebê de forma ilegal.
Além da professora, foram presos o filho dela, Hugo Sérgio Faria de Sousa Melo, de 23 anos, o pai, Sebastião Gonçalves de Faria, de 70, e o atual namorado José Tiago Alves Gomes, de 29 anos. Segundo o delegado Carlos Caetano, da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), eles pagaram R$ 5 mil para Alexandre Rafael Oliveira Benevides, amigo de Hugo, cometer o crime.
“Eles queriam ocultar essa situação da criança, que não é filha legítima dela. O pai dela também tinha um interesse em um acerto trabalhista, porque devia dinheiro ao Rosimar, que trabalhou para ele. José Tiago queria substituí-lo, e o pistoleiro teve vantagem financeira. A mulher nega, mas nós temos provas técnicas muito contundentes”, disse.
O crime aconteceu no dia 4 de novembro de 2014 no Bairro São Carlos, região noroeste de Goiânia. Segundo o delegado, Rosimar dormia dentro do carro em uma rua do setor quando foi morto a tiros. Conforme Caetano, o homem temia ser morto e tinha entregado um vídeo para a irmã, em que relatava a história da falsa gravidez.
“No dia do crime a Simone ligou para o Rosimar, para saber onde que ele estava. Em seguida ela telefonou para o filho, o Hugo, para dizer onde que ele estava. Ele foi até lá com o Alexandre Rafael, que efetuou cinco disparos de arma de fogo”, contou o delegado.
Segundo Caetano, todos eles vão responder por homicídio triplamente qualificado. Sebastião, o pai de Simone, foi colocado em liberdade pela Justiça na última semana, ele deve responder também por formação de quadrilha. Já o jovem apontado como autor dos disparos segue foragido.
Falsa gravidez
Simone afirmou em depoimento à polícia que ela e Rosimar sonhavam em ter um filho, mas tinham dificuldades para engravidar. Diante disto, o ex-marido conheceu uma suposta moradora de rua grávida que iria abortar e a convenceu a dar o filho para o casal. De acordo com a Polícia Civil, a professora simulou um parto em um hospital da capital.
“A mãe biológica deu entrada na unidade para fazer o parto portando todos os documentos da Simone. Pelo que apuramos até então, elas ficaram em quartos próximos e a criança ficou com a professora logo após o parto. A impressão digital no cartão de vacinação é o da Simone. Agora a gente vai investigar como se deu a negociação deste bebê, hoje uma criança de 9 anos”, afirmou.
Com a prisão dos parentes, a criança foi encaminhada pelo Conselho Tutelar a um abrigo do Centro de Valorização da Mulher (Cevam) enquanto a Polícia Civil tenta localizar a mãe biológica.
Além do homicídio, Simone vai responder por formação de quadrilha, estelionato e por dar ao parto alheio o próprio, que é um crime que existia na época do fato.
Fonte: G1