Nacional

‘Ainda choro muito’, diz grávida de bebê com microcefalia

Jéssica, que mora em Juazeirinho, espera um filho que tem microcefalia (Foto: Reprodução/TV Paraíba)

"Muita tristeza". É dessa forma que Jéssica Eduardo dos Santos, de 23 anos, define o momento da descoberta de que o bebê que está esperando tem microcefalia. Moradora de Juazeirinho, na região da Borborema paraibana, a jovem recebeu a notícia quando estava com 20 semanas de gestação. Ela é uma das pacientes que foram levadas para uma clínica em São Paulo pela médica Adriana Melo, onde foram feitos exames que ajudaram a confirmar a relação entre a malformação com o zika vírus.

Nesta sexta-feira (11) completa um mês que o governo federal declarou estado de emergência por conta do crescimento no número de casos de microcefalia no país. Desde então, o número de notificações na Paraíba cresceu de nove casos no dia 12 de novembro para 316 notificações até segunda-feira (5), sendo que em 40 deles a microcefalia foi descartada. Em todo o país, já são 1.761 casos em 13 estados e no Distrito Federal. Também são investigadas 19 mortes de crianças em oito estados. No último dia 4, a Paraíba também decretou emergência por causa da quatidade de casos de malformação notificados. 

A grávida que ajudou a confirmar a relação da microcefalia com o zika vírus conta que quando estava com 17 semanas fez ultrassonografia e nada foi diagnosticado. O bebê estava saudável. "Eu fiz o exame e tudo estava normal. Eu fui ter zika quando tinha entrado nas 18 semanas já. Fiz o tratamento completo e com acompanhamento médico. Quando eu fui fazer a ultrassom das 20 semanas, a médica constatou que tinha alguma coisa diferente com o meu filho. Foi tudo muito rápido", lembra.

Jéssica diz que não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas com o resultado dos exames sendo divulgados ela soube que se tratava de microcefalia. "Foi muito triste. Eu não conseguia imaginar a gravidade. Eu ficava me perguntando porque eu estou tendo que passar isso", conta.

Agora, a gestante recebe acompanhamento de pré-natal prioritário. Após descobrir que o filho tem microcefalia, a jovem foi acompanhada por uma psicóloga no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA), em Campina Grande. Na cidade de Juazeirinho ela tem outra psicóloga à disposição. Na segunda-feira (7) ela fez mais uma ultrassom.

"Ainda choro muito porque mexe demais comigo. Aos poucos a gente vai vendo e sabendo de mais casos e isso entristece muito. Me sinto abalada psicologicamente ainda. Nunca imaginei que isso aconteceria comigo", desabafa.

Apesar da tristeza, a jovem fala que está preparando o quarto da criança com muito amor. Os móveis e as roupas já foram compradas e o nascimento do bebê está programado para o início de fevereiro. Enquanto isso, Jéssica continua fazendo exames e se diz à disposição dos médicos para colaborar com mais estudos sobre a microcefalia.

Microcefalia
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. Inicialmente, o Ministério da Saúde considerava que bebês com circunferência da cabeça igual ou menor que 33 cm tinham a malformação. Entretanto, no último dia 4, um novo parâmetro passou a apontar microcefalia em crianças com cabeça medindo 32 cm ou menos de circunferência.

Fonte: G1

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Nacional

Comissão indeniza sete mulheres perseguidas pela ditadura

“As mulheres tiveram papel relevante na conquista democrática do país. Foram elas que constituíram os comitês femininos pela anistia, que
Nacional

Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus