Cidades

‘Não existe justiça para quem tem dinheiro’, diz filho de operário morto

Juliana Cristina da Silva deixa o 89º D.P. para audiência de custódia no Fórum da Barra Funda (Foto: Luiz Cláudio Barbosa/Código 161/Estadão Conteúdo)

A notícia de que a motorista Juliana Cristina da Silva, de 28 anos, responsável pelo atropelamento de dois operários em São Paulo será colocada em liberdade, revoltou os familiares das vítimas. Airton Leandro da Silva Andrade, 30 anos, filho de José Airton falou ao G1 bastante abalado.

“Não acredito mais na Justiça dos homens, só nos resta a de Deus, pois se uma pessoa que dirigia sob efeito de álcool, matou duas pessoas e ainda fugiu do local sem prestar socorro está solta, não sabemos mais em quem acreditar. Não existe justiça para quem tem dinheiro. Esperávamos que ela fosse ficar presa por muitos anos, porém não foi isso que aconteceu”, disse.

José Airton, de 54 anos, e Raimundo Barbosa, de 38 anos, pintavam uma ciclofaixa em Santana, na Zona Norte de São Paulo, quando foram atropelados por volta de 1h30 desse domingo (18), na Avenida Luiz Dumont Villares. A motorista fugiu, mas foi parada a 3 km de distância do local dos atropelamentos.

Juliana foi submetida ao exame de etilometria pela polícia e apresentou resultado de 0,85 miligrama por litro de ar, quase três vezes o limite para se configurar o crime de embriaguez ao volante, que é de 0,34 mg/l.

Liberdade
A decisão de Juliana Cristina responder em liberdade é do juiz Paulo de Abreu Lorenzino, do Departamento de Inquéritos Policiais, e foi tomada em audiência de custódia na tarde desta segunda-feira (19), no Fórum da Barra Funda, em São Paulo.  A suspeita deverá comparecer ao fórum a cada dois meses e pagar fiança de 20 salários mínimos – pouco mais de R$ 15 mil – para responder em liberdade. Além disso, Juliana entregará a carteira de habilitação e deverá comunicar à Justiça caso fique ausente da cidade por mais de 30 dias.

Para o filho de uma das vítimas, a situação é de causar indignação e revolta. “Estamos abalados e revoltados com essa situação. Só quem perde é meu pai e o amigo dele que morreram. Com essa impunidade ela irá voltar a dirigir e provavelmente matar no trânsito”, falou Leandro.

Chegada dos corpos ao Piauí
Os corpos dos dois operários piauienses mortos chegaram às 16h desta segunda-feira (19) a Teresina. Consternados e revoltados, os familiares das vítimas que estavam no Aeroporto Petrônio Portela clamaram por Justiça.

“Ele não volta mais, mas queremos Justiça. Quero que a mulher (motorista suspeita de ter atropelado os trabalhadores) permaneça presa porque isso deixa a família um pouco aliviada. Todos os filhos estão chocados, chorando e sentindo a falta do pai”, disse Antônio Silvestre, irmão do operário morto Raimundo Barbosa, que tinha 38 anos.

O corpo de José Airton foi levado para a cidade de Pedro II, no Norte estado, onde será velado e sepultado. Já o corpo de Raimundo Barbosa segue de carro para Piripiri.

José Airton de Andrade e Raimundo Barbosa dos Santos morreram após serem atropelados quando pintavam a ciclovia (Foto: TV Globo/Reprodução)

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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