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Clima pode levar Antártida a perder 85% de sua calota de gelo

O aumento da temperatura global entre 1,5 e 2 graus centígrados provocaria a perda de até 85% da calota de gelo na Antártida e um dramático aumento do nível do mar, segundo um estudo realizado por cientistas australianos e neozelandeses.

O derretimento das camadas de gelo na Antártida poderia contribuir para a elevação do nível do mar em 40 centímetros em 2100, o que se aceleraria até 2300, quando chegaria a cerca de três metros, e continuaria este aumento por milhares de anos mais, de acordo com o estudo, que foi publicado na quarta-feira (14) pela revista científica "Nature".

O líder da pesquisa, Nicholas Golledge, da Universidade de Victoria, na Nova Zelândia, ressaltou que o aquecimento da atmosfera deverá se manter abaixo dos 2 graus para evitar a perda das camadas de gelo.

"Se não se alcançar a meta de 2 graus Celcius, a contribuição da Antártida para o aumento do nível dos mares pode chegar a até dez metros mais que na atualidade", disse Golledge em comunicado emitido nesta quinta (15) pela Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, que também participou da pesquisa.

As mudanças climáticas são uma enorme ameaça para cerca de 10% da população mundial que vive em uma faixa costeira de dez metros sobre o nível do mar, o que inclui muitos Estados insulares do Pacífico.

O estudo analisou com simulações de computador vários modelos de resposta das camadas de gelo da Antártida a diferentes cenários contemplados pelo Painel da ONU frente às emissões de gases do efeito estufa.

A pesquisa determinou que todos os cenários possíveis, exceto o que contempla a redução significativa da emissão de gases poluentes após 2020, provocam um aumento importante no nível dos mares.

Em 2013, um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU previu que, no pior dos cenários, o derretimento das calotas de gelo na Antártida contribuiria para um aumento de cinco centímetros do nível do mar no final deste século, frente aos 40 previstos pelo novo estudo.

"O mais chocante desta descoberta é que fizemos os cálculos mais conservadores possíveis", comentou no comunicado o coautor da pesquisa, Chris Fogwill, da Universidade de Nova Gales do Sul.

O estudo foi publicado a dois meses da Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas em Paris, onde os países tentarão chegar a um acordo global para reduzir a emissão de gases do efeito estufa.

Fonte: G1

Redação

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