Variedades

Espetáculo sobre identidade sexual volta ao palco paulista

Não era só arte. Quando “Androgyne, a Sagração do Fogo” estreou em 2013 já prometia causar polêmica pelo tema que aborda: a identidade sexual. Após censura no Facebook, o espetáculo solo de Alda Maria Abreu foi contemplado com prêmios e seguiu turnê pelo País. Em maio, volta aos palcos na capital paulista dentro da Mostra Taanteatro.

“Recebi uma mensagem dizendo que as imagens eram uma ameaça”, conta Alda Maria Abreu que, após publicar fotos de seu espetáculo no Facebook, teve seu acesso como usuária bloqueado. Nos registros, Alda aparecia em cena com os seios à mostra e em nu frontal, que, de acordo com as regras de uso, não são permitidas.

A censura motivou a artista a publicar um manifesto na rede social questionando os critérios de proibição, uma vez que circulam livremente outras imagens que, na visão dela, são mais ameaçadoras do que as de um trabalho artístico. “Trabalho com o corpo. Vou postar foto de quê?”, ainda se revolta ela, que decidiu continuar utilizando o serviço do Facebook após se comprometer a não mais infringir suas regras.

O trabalho de Alda também caiu na malha fina dos críticos de dança. Para sua alegria, a Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) a elegeu como Bailarina Revelação em 2013 e a Cooperativa Paulista de Dança,  no mesmo ano, lhe entregou o Prêmio Denilton Gomes na categoria Domínio do Movimento. Contemplada pelo Prêmio Funarte Klauss Vianna, “Androgyne” foi exibida no ano passado em Brasília, Goiânia, Salvador, Palmas e Belo Horizonte.

Mostra de dança 
No mês de maio, a companhia Taanteatro apresenta no Espaço Cênico O Lugar três peças. De 8 a 10 de maio, “Androgyne” abre a programação. O trabalho é uma fusão de dança, som e imagem, que discute a identidade sexual a partir da androginia, ou seja, a mistura de características masculinas e femininas em um mesmo ser. O suporte para esta discussão é o corpo, que se apresenta em três fases no espetáculo, permitindo ao público identificar figuras como homem, mulher e um corpo andrógino. A indicação do espetáculo é para maiores de 12 anos.

Na sequência, de 15 a 17, Maura Baiocchi apresenta seu solo “TRANS”, que transita pelo mito grego de Prometeu, pela ficcção do Dr. Frankstein e pelas ideias de transgressões provocadas pelo desejo. A mostra se encerra com a estreia de “cARTAUDgrafia 1 – uma correspondência”, em que o elenco da companhia cria cenas a partir das cartas trocadas na década de 1920 entre o poeta e dramaturgo francês Antonin Artaud e seu impávido crítico, o editor de revista Jacques Rivière. As apresentações serão de 22 a 31 de maio.

Fonte: Terra

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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