Economia

Brasil enfrenta resistência à sua competitividade agrícola em acordos comerciais

 
Falando à Agência Brasil, o embaixador  admitiu que esse movimento já ocorre em relação ao acordo comercial que o Brasil e o Mercosul estão negociando com a União Europeia. “Essa  é uma das grandes dúvidas, se esse acordo vai ser possível ou não. Em qualquer acordo, eles todos têm medo da nossa agricultura”.
 
No sentido contrário, a preocupação no Brasil e nos demais países do Mercosul é com a abertura da economia para produtos manufaturados no exterior. “Existe a resistência deles à abertura da agricultura e, do nosso lado, nós temos a preocupação de não acabar com a nossa indústria. Nós não podemos expô-la a uma concorrência rápida. Essa é a dificuldade de concluir o acordo”.
 
O diretor ressaltou, entretanto, que isso não significa que não é possível alcançar o acordo com a União Europeia. “Se ele  for concluído, faz muita diferença para nós porque, como é um parceiro muito grande, a gente vai ter que fazer uma certa abertura para a concorrência industrial dela”. Ele admitiu que isso abre espaço para Brasil e Mercosul negociarem depois com outros parceiros.
 
O embaixador relatou que, do lado interno, também há fatores importantes para as negociações com grandes parceiros. Um deles é a questão  tarifária. “O fato de que as nossas tarifas são relativamente altas comparadas com  outros países significa que, no momento em que abrir aqui [o mercado interno], eu suponho que vão ter empresas que enfrentam algumas  dificuldades para se adaptar a isso”.
 
Mesquita lembrou que existe uma decisão do Mercosul de que  todas as negociações fora da região têm de ser feitas em bloco. Segundo o embaixador, as mesmas resistências existentes no Brasil a uma negociação em separado existem também no âmbito do  Mercosul. “Se a gente negociar sem o Mercosul, vai continuar tendo os mesmos problemas: a resistência à nossa agricultura, os problemas industriais internos”.
 
Para o embaixador, se o Brasil fizer um acordo de livre comércio com um parceiro que responde por 25% ou 30% do nosso comércio exterior, como é o caso da União Europeia, “faz sentido”  buscar acordos com todos os demais parceiros, inclusive os Estados Unidos e a China.
 
Agência Brasil 

Redação

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