A pesquisa ouviu 2.002 pessoas de 142 municípios, entre os dias 13 e 15 de junho. Segundo o levantamento, foi a quinta alta consecutiva do indicador. "Não é que o desemprego esteja aumentando, mas as pessoas percebem que está caindo o ritmo de contratações, que as pesquisas mostram que a indústria está tendo desempenho mais fraco, que o país não está crescendo como antes. Isso gera essa maior preocupação", analisa o gerente de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
Segundo ele, o medo maior entre as pessoas com escolaridade mais baixa é pela maior demanda por qualificação no mercado. "Com o avanço tecnológico que a gente viu nos último anos, qualquer atividade começa a demandar um nível mais qualificado. Coisa que antes se fazia com lápis e papel, vai precisar hoje de computador", diz.
No entanto, apesar de a alta ter sido maior entre as pessoas com escolaridade mais baixa, o medo do desemprego ainda é maior entre as pessoas com curso superior, e alcança 80,2 pontos. Nesse grupo, o índice de junho aumentou em relação aos 78 pontos de março. De acordo com Fonseca, isso decorre, naturalmente, do fato de esse público ter mais acesso a infomações.
O maior aumento do IMD foi registrado na faixa de renda familiar de dois a cinco salários mínimos, com o índice passando de 71,1 pontos, em março, para 77,1 em junho – um avanço de 8,4%. Entre aqueles com renda familiar de mais de dez salários mínimos o IMD caiu de 82 pontos para 77,3 pontos; e no caso dos que têm renda mais baixa, até dois salários mínimos, o receio do desemprego é ainda mais baixo: caiu de 75 pontos para 73,3 pontos.
No comparativo entre regiões, o medo do desemprego cresceu mais no Sul, onde o indicador passou de 71,3 pontos para 76,9 pontos. No entanto, continua sendo mais elevado no Norte e Centro-Oeste, onde atinge 82,4 pontos.
Mesmo com aumento do IMD, o Índice de Satisfação com a Vida (ISV) cresceu 0,9% em junho, ante março, e ficou praticamente estável quando comparado ao mesmo mês de 2013. "Esse indicador vinha crescendo desde 2004. Em 2010 foi afetado pela crise, e agora se estabilizou. Se o medo do desemprego continuar crescendo, certamente esse indicador vai começar a cair novamente", diz Fonseca.
O levantamento mostra que quanto maior o grau de instrução, maior o índice de satisfação. Entre os que têm curso superior, o índice subiu de 103,7 pontos para 104,9 pontos. Já entre as pessoas com até a quarta série do ensino fundamental, o índice recuou de 102,7 pontos para 101,1 pontos.
Agência Brasil