“Eu não vejo onde esse modelo precisa de ajustes. Aqueles que são contra o conteúdo local querem transferir a riqueza do pré-sal por outra forma para o exterior. Nós vamos fazer aqui um parque naval, que já está muito avançado. Nós vamos ter indústria de fornecedores e prestadores de serviços. Todas as empresas do mundo podem vir aqui participar”, disse Dilma, a respeito do percentual mínimo de equipamentos brasileiros a serem usados na operação. A presidenta deu as declarações após sancionar a lei que criou o programa Mais Médicos.
A presidenta também disse que não vê motivos para mudar o papel da Petróleo Pré-sal S.A. (PPSA), estatal criada para supervisionar a exploração do pré-sal, e a participação mínima da Petrobras de 30% em todos os consórcios de exploração no modelo de partilha.
A presidenta elogiou o consórcio vencedor do leilão, composto pela Petrobras, a Shell (anglo-holandesa), a Total (francesa), CNPC e Cnooc (chinesas). “É um consórcio de grandes empresas que têm a capacidade de explorar o pré-sal e ter os recursos necessários para essa exploração, não só os financeiros como os tecnológicos”.
Dilma ressaltou que a Petrobras e a Shell são as duas principais empresas do mundo especializadas na exploração de petróleo em águas profundas. “O governo está satisfeito com o resultado do leilão, acha o consórcio sólido, está satisfeito com o que lhe cabe da receita e com essa alquimia porque vamos transformar petróleo em educação, em saúde, em desenvolvimento da indústria naval, de fornecedores, dos prestadores de serviços e de toda aquela indústria que gira em torno da exploração de um campo”.
A presidenta refutou declarações de que o governo teria ficado preocupado com a participação de apenas um consórcio no leilão de ontem e estaria repensando o modelo de partilha. “Lamento, se o pessoal quer ficar surpreso com a obviedade de que este é um dos maiores leilões de petróleo do mundo, pois fiquem, mas não atribuam a mim a interrogação”.
Agência Brasil