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O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) recuou 4,55% em 2016 ante 2015, no dado com ajuste sazonal. Sem ajuste, o recuo foi de 4,34%. No último mês do ano passado, o índice atingiu 133,74 pontos na série observada, o que representa o menor nível para dezembro desde 2009, quando atingiu 129,23 pontos.
A variação do IBC veio melhor que a mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, de -4,40%.
Conhecido como "prévia do BC para o PIB", o IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. O PIB de 2016 será oficialmente divulgado em 7 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A previsão oficial do BC para a atividade doméstica em 2016 é de queda de 3,4%, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) publicado no fim de dezembro. No Relatório de Mercado Focus da última segunda-feira, a mediana das estimativas do mercado para o PIB em 2016 estava em -3,50%.
Após subir 0,10% em novembro (dado já revisado), o índice teve baixa de 0,26% em dezembro ante o mês anterior, com ajuste sazonal. A baixa do IBC-Br ficou dentro do intervalo obtido entre analistas do mercado financeiro consultados pelo Broadcast Projeções, que esperavam resultado entre -1,00% e +0,80% (mediana de -0,20%). Na comparação entre os meses de dezembro de 2016 e dezembro de 2015, houve queda de 1,82% na série sem ajustes sazonais.
Previsões. Por meio do Monitor do PIB, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) estima que o PIB teve uma retração de 3,6% no ano de 2016. O indicador antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo IBGE, responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.
"A economia brasileira chegou, em 2016, ao terceiro ano da mais grave e duradoura recessão jamais experimentada pelo Brasil nos últimos cem anos. Em termos monetários, o PIB em valores correntes alcançou a cifra aproximada de 6 trilhões e 209 bilhões de reais. Este valor equivale a um produto per capita de R$ 30.128,00, inferior ao de 2010, na comparação a preços de 2016", calculou Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV, em nota oficial.
Entre os componentes, a indústria e os serviços tiveram variações menos negativas no fechamento do ano do que no início de 2016. A indústria passou de um recuo de 6,7% no acumulado em 12 meses até janeiro de 2016 para uma queda de 3,8% no fechamento de 2016. Já os serviços saíram de retração de 2,9% no acumulado em 12 meses até janeiro para redução de 2,7% ao final do ano.
Pela ótica da demanda, o consumo das famílias recuou 4,2% em 2016. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) despencou 10,2% no ano passado, mas os componentes máquinas e equipamentos e construção também encerraram o ano com taxas menos negativas do que as que apresentavam no início de 2016. As exportações apresentaram crescimento de 2,3% em 2016, enquanto as importações encolheram 10,7%.
Fonte: Estadão