A modelo Gisele Bündchen voltou a questionar o governo Temer sobre um decreto que extingue a Reserva Nacional de Cobre e Associadas, uma área equivalente ao Espírito Santo, localizada entre os Estados do Pará e do Amapá, e que havia sido instituída em 1984.
“Vergonha! Estão leiloando nossa Amazônia! Não podemos destruir nossas áreas protegidas em prol de interesses privados”, disse Gisele no Twitter. A publicação da modelo, no início da tarde desta quinta-feira, teve mais de 1,2 mil curtidas.
Em seguida, Gisele publicou um texto em que convoca todos os brasileiros a “dizerem não ao abrandamento da proteção da Amazônia, seja por decreto, medida provisória, projeto de lei ou o que for.”
Gisele ainda pede, ainda, que os seguidores se unam em torno da hashtag #todospelaamazonia para “mostrar ao governo que não estamos de acordo com o fatiamento da Amazônia para exploração.”
Segundo o texto do decreto, a extinção da reserva “não afasta a aplicação de legislação específica sobre proteção da vegetação nativa, unidades de conservação da natureza, terras indígenas e áreas em faixa de fronteira”.
Mas, de acordo com o diretor executivo da ONG WWF-Brasil, Maurício Voivodic, a medida pode colocar em risco áreas protegidas, podendo provocar impactos irreversíveis ao meio ambiente e povos da região.
“Além da exploração demográfica, desmatamento, perda da biodiversidade e comprometimento dos recursos hídricos, haverá acirramento dos conflitos fundiários e ameaça a povos indígenas e populações tradicionais”, disse, em texto publicado no site da instituição.
Procurada para comentar as declarações de Gisele, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República destacou que o que deixou de existir foi uma antiga reserva mineral – e não ambiental. “Nenhuma reserva ambiental da Amazônia foi tocada pela medida”, diz a nota.
Segundo o órgão, “a extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) não afeta as Unidades de Conservação Federais existentes na área – todas de proteção integral, onde não é permitido a mineração”.
A pasta diz, ainda, a Renca “não é um paraíso, como querem fazer parecer, erroneamente, alguns”. Segundo a nota, “territórios da Renca original estão submetidos à degradação provocada pelo garimpo clandestino de ouro, que, além de espoliar as riquezas nacionais, destrói a natureza e polui os cursos d’água com mercúrio.”