O Vaticano está preparando a abertura total de seus arquivos de denúncias sobre desaparecidos durante a ditadura militar na Argentina (1976-1983), informou neste sábado (25) o secretário da Nunciatura Apostólica, Giuseppe Laterza.
De acordo com a presidente da Associação de Familiares de Desaparecidos e Detidos Por Razões Políticas na Argentina, Lita Boitano, que se reuniu com Laterza, o representante da Santa Sé garantiu que já foi encerrada a "compilação do material". Agora, o conteúdo será escaneado e digitalizado para ser disponibilizado a quem o solicitar.
"Laterza disse que a abertura dos arquivos e a autocrítica são tarefas que se relacionam e que o próprio papa Francisco incentiva", relatou Boitano à ANSA.
Antes de ser eleito líder da Igreja Católica, o argentino Jorge Mario Bergoglio tinha sido acusado pelo jornalista Horacio Verbitsky de ter sido conivente com o regime argentino e com a prisão de sacerdotes jesuítas na época em que liderava a Companhia de Jesus no país.
As denúncias ganharam projeção internacional com sua vitória no conclave para a sucessão de Bento XVI, em março de 2013. No entanto, vários outras personalidades, como o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, defenderam o Papa.
Em novembro do ano passado, Francisdo se reuniu no Vaticano com Estela de Carlotto, líder da associação das Avós da Praça de Maio, a qual revelou que tinha uma " visão equivocada sobre o Pontífice".
"Como cristã, penso que quem se engana deve reconhecer e se necessário, pedir perdão", disse a líder da associação que luta pela localização e restituição das crianças sequestradas e desaparecidas durante a ditadura no país sul-americano.
Fonte: iG