O Tribunal de Justiça investiga caso de tentativa de compra de decisão intermediada por um servidor público. A suposta tentativa de compra teria ocorrido em 2012 e beneficiaria integrantes da organização criminosa Família Pagliuca, à época, investigada por tráfico internacional de drogas.
A investigação foi determinada pelo presidente do TJ, desembargador Rui Ramos, via procedimento administrativo disciplinar contra o servidor Clodoaldo Souza Pimentel, lotado no setor de técnica judicial do Grupo de Operações Especiais contra o Crime Organizado (Gaeco).
Conforme o desembargador, o servidor teria tentado influenciar a análise de pedido de habeas corpus em troca de pagamento, com valor não especificado. Mais de 50 pessoas integrariam a organização com base no município de Porto Esperidião (325 km de Cuiabá).
Dentre as regras no regime interno quebradas pelo servidor estão a proibição em “valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública” e a de “receber propina, comissão, presente ou vantagens de qualquer espécie, em razão de suas atribuições”.
Um relatório sobre atividade de Clodoaldo Souza Pimentel deve ser divulgado em 60 dias e, se comprovada a tentativa de ele influenciar a aprovação de habeas corpus, a penalidade administrativa será a demissão do cargo.
Em 2013, o mesmo servidor foi em preso pelo Gaeco na deflagração da operação Assepsia, que investigou a suposta de tentativa de compra de decisão judicial à favor membros da Família Pagliuca. Além de Clodoaldo Souza Pimentel, que foi solto pouco depois por força de habeas corpus, estão envolvidos na operação o ex-vereador João Emanuel, o estudante de direito Marcelo Santana, o advogado Almar Busnello, o empresário Milton Rodrigues, José Maria Machado, Ailton Rodrigues de Pádua e Lori Gasparini.