Cidades

Terreiro de umbanda é destruído e polícia apura crime de ódio

A Polícia Civil de Araraquara (SP) investiga a destruição do Templo Religioso Hermínio Marques, no distrito de Bueno de Andrada, e apura se o episódio configura crime de ódio. Mais de 60 imagens foram quebradas no ataque no último fim de semana e um incêndio destruiu o que restava do prédio, onde eram realizadas cerimônias da umbanda e do candomblé.

“Atingiu a fé de uma população inteira. Os danos são irreparáveis, os filhos da fé nessa religião estão sentindo imensamente a dor”, disse a advogada Carla Missurino, que representa o espaço e vê indícios de intolerância religiosa no ataque.

Um homem apontado como suspeito de cometer o crime foi ouvido pelas autoridades e negou o ato. Até o momento, ninguém foi preso.

Ataque
Segundo informações de fiéis, um homem começou a frequentar o espaço e se interessou por uma das moças que trabalham no local.
Na noite de sábado (10), ele foi ao Centro para participar de uma cerimônia e teve de sair.

“Ele começou a gritar, estava descontrolado, exaltado, então os dirigentes do terreiro pediram para o rapaz se retirar e ele ameaçou a menina de morte dizendo que colocaria fogo nela e no Centro”, afirmou a advogada.

O terreiro foi fechado por volta de meia-noite, após o fim dos trabalhos, e menos de duas horas depois equipes do Corpo de Bombeiros já estavam no local tentando apagar o incêndio.

De acordo com Carla, uma testemunha viu quando o suspeito chegou, cortou o alambrado com um alicate, e, com um facão e uma pá, arrombou a porta do Centro, que tem mais de 60 anos de história.

Tentativa de relacionamento
A delegada Meirelene Rodrigues, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), afirmou que a jovem que trabalha no Centro procurou a polícia e contou que um novo frequentador teria se interessado por ela e feito ameaças. 

"Ele queria ter um relacionamento com ela, que demonstrou que não queria nada com o homem. Ele ficou bravo, queria ser atendido apenas por ela e acabou ameçando e falando que iria atear fogo nela e no estabelecimento", disse Meirelene.

"Estamos investigando ameaça, injúria e crime de incêndio e, indiretamente, se existe intolerância religiosa", afirmou a delegada.

"Acho que a intolerância foi uma consequência, achamos que ele quis atingir a jovem, por conta dela não querer ter nada com ele", afirmou. Meirelene explicou que, caso exista o crime de intolerância, ele também será apurado e foi solicitada uma medida protetiva para a moça.

Fonte: G1

Redação

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