Política

Senador Randolfe diz que ajuste deve recair sobre os mais ricos

As medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo na segunda-feira (14) representam um aperto para os pobres e aliviam o setor financeiro, afirmou hoje (16) o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) ao discursar na tribuna do Senado.

“A diminuição do Imposto sobre Operações Financeiras [IOF] é uma das medidas anunciadas. Mas veja, haverá diminuição do IOF, e quem vai lucrar com isso? Ora, quem lucrará será o capital financeiro e os bancos, que já têm lucrado, e muito, com a maior taxa de juros do planeta”, disse.

“Por outro lado, a dona de casa, que vai ao supermercado comprar farinha, vai ter, segundo esse pacote de medidas, que pagar CPMF, que o governo quer recriar retirando do fundo das catacumbas um imposto, um tributo que o cidadão, o povo brasileiro imaginava que já estava extinto”, acrescentou o senador, para quem o tributo vai incidir em cascata sobre o preço final dos produtos e trazer mais inflação.

Randolfe criticou ainda o congelamento do reajuste dos servidores públicos “prejudicando o seu poder de compra e criando na economia um círculo vicioso”, o adiamento de concursos públicos e a intenção do governo de reduzir despesas com programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida.

O senador apelou à presidenta Dilma Rousseff para que ela “não entre para a história como coveira dos sonhos de um país soberano e de um projeto progressista de governo”.

Segundo Randolfe, o ajuste é necessário, mas não deveria recair com mais força sobre os mais pobres. O senador defendeu como alternativas ao ajuste a implantação do imposto sobre grandes fortunas, o aumento no imposto de exportação vinculada aos exportadores de minérios e a incidência do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) sobre iates, jatinhos e helicópteros, atualmente isentos de tributos.

“Recorro para que a presidenta adote e encaminhe ao Congresso tributos, sim, sobre os privilegiados, os do andar de cima, essas 47 mil pessoas que lucram pelo menos R$ 298 bilhões por ano, que podem e devem assumir o ônus maior da crise.”

Fonte: Agência Brasil

Redação

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