“… É claro, você acaba se envolvendo em todo o processo”, responde laconicamente Roseli Barbosa, esposa do ex-governador Silval Barbosa ao ser questionada pela imprensa se ela segue o mesmo sentimento do marido sobre os crimes de corrupção que a família confessou ter protagonizado perante a Justiça em sua delação premiada.
Rosli Barbosa foi ouvida nesta segunda (26) na sede da Controladoria Geral do Estado (CGE), em um processo que investiga um rombo de R$ 1,03 bilhão em contratos feitos pelo Governo de Silval.
Além de ex-primeira dama do Estado, ela é ex-secretária de Estado do Trabalho e Assistência Social (Setas). O seu depoimento deve ajudar na investigação sobre o pagamento de propina para aproximadamente 100 empresas durante os anos de 2010-2014.
Ela é acusada de liderar um esquema que desviou mais de R$ 8 milhões da pasta, por meio de fraudes nos projetos de capacitação destinados a pessoas carentes.
Também prestaram depoimentos na CGE o filho do casal, Rodrigo Barbosa e o cunhado Antônio Barbosa.
A ex-primeira-dama reforçou que continuará colaborando com as investigações. “A minha parte eu estou fazendo e no que eu puder ajudar, eu vou ajudar. A princípio, o depoimento é só hoje, mas me coloquei à disposição se precisarem de mais esclarecimentos”, garantiu a ex-primeira-dama.
Os esquemas nos convênios da Setas chegaram a resultar na prisão de Roseli durante a operação Arqueiro, em 2015.
Fraude Detran/MT
Ao ser questionado se ouve mesmo atos de corrupção envolvendo o atual presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Eduardo Botelho e o deputado Mauro Savi estavam envolvidos no esquema, Antônio Barbosa se recusou a responder. “Tudo que tinha que dizer a respeito está no termo de colaboração”, respondeu.
Empresas envolvidas
Entre as empresas citadas por Silval e sua família estão as empresas
Três Irmãos Engenharia, Amaggi Exportações e Importações, Buffet Leila Malouf, Consignum, Consórcio VLT Cuiabá, Delta Construções, Engeglobal Construções, Grupo JBS, Trimec Construções, Rede Cemat e Grupo Martelli.
Silval também apontou pagamentos irregulares para o Consórcio VLT Cuiabá – Várzea Grande, formado por CAF Brasil, CR Almeida, Santa Bárbara Construções, Magna Engenharia, Astep Engenharia, Cohabita Construções, Todeschini Construções e Terraplanagem, Constil Construções e Terraplanagem.