Os preços de produtos farmacêuticos saltaram 6,26% em abril, na maior alta da série histórica do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), remodelada em 2012.
O aumento, decorrente do reajuste anual de remédios, respondeu por um terço da inflação de 0,61% observada no mês passado, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A alta de 12,50% nos preços – acima da inflação em 12 meses (10,36%) – entrou em vigor em 1º de abril e foi aprovada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.
O aumento dos preços abaixo do patamar de reajuste é explicado pelos descontos praticados e que influenciam o preço final do medicamento. No varejo farmacêutico, o abatimento médio é de 72% para genéricos e 16% para medicamentos de referência.
“Como esse mercado é muito competitivo, os preços ficam sempre abaixo do índice de reajuste”, diz Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).
A entidade explica que, além da inflação, outros três fatores são usados para definir as faixas de correção. O primeiro considera a produtividade da indústria e o segundo é baseado na concorrência das classes terapêuticas para estabelecer faixas diferentes de reajustes. O terceiro fator pondera itens econômicas como câmbio e energia elétrica.
Neste ano, segundo a Interfarma, a mão de obra contratada pela indústria farmacêutica produziu menos que no ano anterior. Assim, os fatores de produtividade acabaram sendo anulados e, com isso, o governo determinou apenas uma faixa de reajuste para todo o setor, explica a entidade.
Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma, afirma que o elevado reajuste é reflexo dos impactos da recessão na indústria farmacêutica, geralmente menos prejudicada por crises econômicas.
Fonte: Terra