Cidades

Protesto contra Eduardo Cunha reúne mulheres no Centro do Rio

Manifestantes, a maioria mulheres, se reuniram mais uma vez no Centro do Rio para protestar contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O ato desta quinta-feira (12) teve início em frente à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), por volta das 17h. No dia 28 de outubro, ato semelhante tomou conta da Cinelândia. Segundo os organizadores, cinco mil pessoas participaram. A Polícia Militar não divulgou estimativa de público.
A mobilização feminina contra Cunha teve como foco principal as propostas do parlamentar contrárias aos direitos da mulher, sobretudo o projeto de lei 5069/13, idealizado pelo deputado, que modifica a lei de atendimento às vítimas de violência sexual. A proposta criminaliza a propaganda, o fornecimento e a indução ao aborto e a métodos abortivos.

Dezenas de mães com filhos no colo participaram do protesto, destacando que "ser mãe é uma escolha". Faixas, cartazes, músicas e palavras de ordem destacavam a luta pelos direitos da mulher.

'Pela vida da mulher'

As manifestantes gritavam, a todo instante, que o ato era em defesa da vida da mulher. Além de destacarem que a clandestinidade do aborto é responsável pela morte de várias mulheres que escolhem interromper a gravidez, elas faziam menção ao Mapa da Violência, divulgado nesta semana, que revelou a média de 13 mulheres assassinadas por dia em 2013. Ainda segundo o estudo, em dez anos houve aumento de 54% do número de homicídios de mulheres negras no país.

'Cunha representa retrocesso'

Para a estudante Gopala Miron, de 19 anos, idealizadora de uma página no Facebook que pede a saída de Cunha da Câmara, mais do que a indignação pelo projeto de lei que afronta os direitos da mulher, a postura de Eduardo Cunha à frente do legislativo e o envolvimento do parlamentar em escândalo de corrupção têm garantido a grande mobilização de atos populares cobrando a saída dele do cargo.

"Acho que os absurdos que ele faz na câmara provocam mais a sensibilidade da população. Estamos aqui para barrar os retrocessos dele", afirmou a jovem.
Gopala destacou que mais de 30 coletivos e representantes de partidos políticos estavam empenhados na mobilização dos manifestantes. "A gente está respeitando demais a pluralidade dessa organização", enfatizou.

Manifestaram atearam fogo em um boneco que representava Eduardo Cunha. Enquanto isso, eram projetadas no prédio da câmara a frase "#foracunha" é uma foto do parlamentar.

Durante o protesto, também foi pedida a saída do secretário-executivo de coordenação de governo da Prefeitura do Rio, Pedro Paulo Teixeira. Manifestantes distribuíam adesivos protestando contra o deputado federal licenciado, que confessou ter agredido a ex-mulher.

Após ocuparem a Avenida Rio Branco por 45 minutos, os manifestantes tomaram a Cinelândia, que ficou lotada.

Fonte: G1

Redação

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