A indústria brasileira voltou a recuar em outubro, após uma leve alta no mês anterior. Na comparação com setembro, a produção do setor caiu 1,1%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta sexta-feira (2). É a maior retração para outubro desde 2013, quando foi de 1,5%.
“O resultado negativo de outubro anula o avanço positivo que tivemos no mês anterior”, disse André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.
Já em relação a outubro de 2015, a indústria registrou recuo de 7,3%, o mais forte desde maio de 2016 (-7,4%). No ano, de janeiro a outubro, a atividade fabril do país acumula baixa de 7,7%. Em 12 meses, o segmento tem queda de 8,4%. Macedo lembrou que 2015 fechou com recorde histórico de queda na produção industrial (-8,3%). “No acumulado dos últimos 12 meses, que é de -8,4%, a queda já é ainda maior que o recorde do ano passado.”
De setembro para outubro, a maioria dos ramos pesquisados mostrou resultados negativos. Os destaques ficaram com produtos alimentícios (-3,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,5%).
Também recuaram as produções das indústrias de borracha e de material plástico (-4,9%), de metalurgia (-2,8%) e de bebidas (-3,5%), entre outras.
Na contramão, cresceu a produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,9%).
Entre as grandes categorias econômicas, recuaram as produções das indústrias de bens de capital (-2,2%), bens intermediários (-1,9%), bens de consumo duráveis (-1,2%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,8%).
“O nível de produção que a indústria como um todo opera neste momento é distante 21,6% abaixo do pico registrado em junho de 2013. Em termos de patamar de produção, é como se estivéssemos produzindo algo semelhante a dezembro de 2008, quando estávamos no auge da desaceleração industrial no contexto de crise econômica mundial”, destacou o pesquisador.
Um ano atrás
Na comparação com outubro do ano passado, a produção da indústria também caiu na maioria dos segmentos. As maiores influências partiram de atividades, indústrias extrativas (-8,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-9,0%) e produtos alimentícios (-5,7%).
Entre os resultados positivos estão celulose, papel e produtos de papel (4,6%) e impressão e reprodução de gravações (17,1%).
Nessa base de comparação, recuaram as produções de bens de capital (-9,8%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-7,5%), de bens intermediários (-7,0%) e de bens de consumo duráveis (-6,8%).
Fonte: G1