Foto: Andréa Lobo
O cabo de guerra entre permissionários do Terminal Atacadista do Verdão e a Prefeitura de Cuiabá continua, após último prazo que estabeleceu esta quinta-feira (30) como data para a saída do local, os empresários pedem mais 30 dias para se instalarem no novo centro atacadista no Distrito Industrial da capital.
Como justificativa, os permissionários afirmam que a Prefeitura atrasou a entrega do aterramento da nova área onde eles ainda estão construindo outros três galpões (que irão ser destinados para os vendedores de folhosas, produtores da agricultura familiar e atacadista de hortifrúti granjeiro).
“Por conta das chuvas, nós não terminamos a contração desses galpões, por isso precisamos de mais 30 dias, além disso, o atraso na terraplanagem da área, prometida pelo prefeito Mauro Mendes também nos prejudicou, eles finalizaram esse serviço apenas hoje (30)”, esclareceu José Luis, membro da Associação dos Permissionários Atacadistas de Cuiabá (Apetac).
No dia 30 de março, o prefeito Mauro Mendes (PSB) esteve reunido com os permissionários e selou o acordo de inauguração do novo centro atacadista, que deveria ser realizado ainda no período de comemorações do aniversário da capital.
Outro Lado
Ao Circuito Mato Grosso o secretário municipal de Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Domingos Sávio, reconheceu o atraso na terraplanagem da área, mas manteve um posicionamento irredutível ao afirmar que a Prefeitura estendeu o prazo para a saída do Verdão por apenas 15 dias.
“A Prefeitura já está sendo muito paternalista. Por conta das chuvas a terraplanagem atrasou realmente, mas nós vamos notificar todos os permissionários dando o prazo de mais 15 dias”, afirmou Sávio.
Terminal da polêmica
Na edição 529 o Circuito destacou a novela envolvendo o Terminal Atacadista de Cuiabá. A associação dos Permissionários Atacadistas de Cuiabá (Apetac) denunciou que a pressa demonstrada pela Prefeitura para que os permissionários saiam do Verdão não está ligada diretamente à construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no local e, sim, ao interesse pela venda da área.
“A UPA será construída na policlínica e só vai ocupar 2 mil m² da área que é de 28 mil m², por isso pedimos para que o prefeito termine a construção do novo local. Enquanto isso, nós propomos fazer um recuo para o Mauro Mendes construir a UPA. Mas, então, pelo que vemos, a intenção dele é a venda do terreno que vale R$ 50 milhões”, denunciou a presidente da Apetac, Jânia Ramos de Lima.
A possibilidade da venda da área onde atualmente funciona a Feira do Verdão foi aprovada em 2012 pela Lei Municipal nº 5.575, na gestão do ex-prefeito Chico Galindo (PTB). Na época, a Prefeitura declarou o estudo para o desmembramento de parte do terreno para a ampliação da policlínica do Verdão, que fica ao lado do terminal atacadista. A intenção era a do desmembramento de cerca de 2 mil metros quadrados, com a venda através de leilão do restante da área.
A denúncia feita pela Apetac foi rebatida por Domingos Sávio, que apontou um novo equívoco, já que a construção da UPA será feita exatamente na área que os permissionários ocupam temporariamente.
Segundo a assessoria da Prefeitura, o projeto da Unidade de Pronto Atendimento do Verdão já está pronto, sendo que a licitação para a contratação da empresa responsável pela construção deve ser feita logo após a desapropriação da área.
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