Cidades

Para Alckmin, greve dos professores ‘não tem o menor sentido’

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (4) que a greve dos professores da rede estadual "não tem o menor sentido". Com as atividades paralisadas desde o dia 13 de março, os docentes pedem reajuste de 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior.  Um grupo tentou falar com o governador nesta segunda, mas não conseguiu.

"A greve não tem o menor sentido. Não faz greve quando o governo quer dialogar, quando faz 8 meses que teve aumento, nem completou um ano ainda é quando se acabou de dar o maior bônus da história", afirmou durante inauguração de obra hídrica em Ribeirão Pires, na região do ABC.
No sábado (2), Alckmin disse que anunciaria o reajuste salarial da classe na "hora certa". Questionado qual seria "a hora certa", ele respondeu que é preciso ter cautela, mas não mencionou a provável data.

"No ano passado foi em julho [reajuste] e o pagamento foi em agosto. Não existe reajuste de 8 em 8 meses", disse. "Nós estamos frente a uma crise econômica de extrema gravidade e os governos tem problema de arrecadação", destacou ele.

"Nos últimos 4 anos nós tivemos aumento nominal de 45% e aumento real de 21%. O último reajuste faz 8 meses, depois no mês passado de abril nós pagamos o maior bônus da história R$ 1 bilhão e 60 milhões", completou.

Durante a coletiva de imprensa, Alckmin anunciou que no dia 11 de maio serão convocados 6350 professores concursados para o ciclo 1 (1ª a 4ª séries).

Ao sair da inauguração, um grupo formado por cerca de dez professores tentou falar com o governador, mas Alckmin não conversou com o grupo, entrou no carro e foi embora. No dia 13 de abril, manifestantes também protestaram durante agenda do governador.

Proposta
A Secretaria de Estado da Educação afirma ter dado reajuste de 45% no acumulado dos últimos quatro anos e diz que apresentou três propostas em reunião em 23 de abril, entre elas manutenção de uma "política salarial pelos próximos quatro anos com data base em 1º de julho". Entretanto, o governo não deu números nem detalhes de qual seria a proposta de reajuste para o dissídio.

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) que representa os professores, entrou com pedido de dissídio coletivo no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Uma audiência de conciliação foi agendada para a próxima quinta-feira (7), segundo a Apeoesp.
Na quinta-feira (30), os docentes decidiram em assembleia manter a paralisação e fizeram um protesto na capital paulista. Os professores caminharam até a Praça da República, no Centro, e jogaram sacos de sal perto do prédio da Secretaria Estadual da Educação. É uma referência à época em que os salários eram pagos com punhados de sal.

Em nota, a Secretaria da Educação diz que "cinco dos seis sindicatos que representam os professores, funcionários, supervisores e diretores da Educação de São Paulo não estão em greve porque entenderam o compromisso do governo do Estado de manter a mesma política de valorização que garantiu aos funcionários da rede, desde 2011, aumento real de 21% (45% de aumento nominal)".

A secretaria diz que "lamenta a decisão da Apeoesp de manter uma greve nitidamente contaminada por interesses incompatíveis com o momento econômico atual, que conflita com a harmonia que pauta o diálogo entre governo e professores e visa prejudicar o cotidiano de quatro milhões de alunos e de seus pais".

Ação do governo do estado
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) entrou com pedido na Justiça para que o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) seja multado em R$ 100 mil bloquear totalmente uma rodovia durante um protesto. A solicitação foi protocolada na quarta-feira (29), segundo a assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes.

A PGE alega que uma decisão judicial de 22 de abril, em caráter liminar, proibia a Apeoesp de fechar total ou parcialmente rodovias de São Paulo. Na manhã de quarta-feira, no entanto, professores da rede estadual de ensino interditaram um trecho da Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101), que liga Campinas (SP) a Monte Mor (SP), durante um protesto.

Cerca de 100 a 150 professores participaram da manifestação na SP-101, de acordo com a subsede de Sumaré (SP) da Apeoesp. Outro grupo de manifestantes ocupou o km 281 da Rodovia Régis Bittencourt, em São Paulo, no sentido Curitiba, por volta das 17h de quarta-feira, segundo a concessionária da via.

Mais cedo, às 8h15, dois protestos aconteceram, simultaneamente, na Zona Sul e na Zona Oeste da capital. Cerca de 100 pessoas fecharam o acesso do Rodoanel a Perus, segundo a concessionária CCR Rodoanel. A manifestação causou 2 km de congestionamento na via, e complicou o trânsito nas vias do entorno, como a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães.

Anexo ao pedido de multa na Justiça, a PGE incluiu imagens cedidas pela concessionária  responsável pela rodovia e reportagens que comprovam o fechamento da via.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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