A União Europeia deve melhorar urgentemente as condições dos centros de recepção dos imigrantes na Itália e Grécia, pediu nesta terça-feira um grupo humanitário, ao mesmo tempo em que barcos da Dinamarca e Noruega resgataram quase mil pessoas do Mar Mediterrâneo.
Conflitos e pobreza têm levado mais de 100 mil imigrantes à Europa só neste ano – quase 2 mil morreram ou desapareceram na perigosa viagem.
Os líderes da União Europeia discutirão em uma reunião que começa na quinta um plano de emergência para distribuir os milhares de recém-chegados na Itália e Grécia entre as 28 nações do bloco europeu. Mas nenhum acordo sobre o plano de contenção é esperado antes de julho, e quatro países europeus – Eslováquia, República Tcheca, Hungria e Polônia – disseram nesta terça que acham a ideia inaceitável.
A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras disse que as equipes na Itália e Grécia estão sobrecarregadas. A especialista da ONG em migração, Aurelie Ponthieu, disse que mais abrigos, comida, acesso a informações sobre asilo e ajuda na identificação de vítimas são necessários urgentemente.
"A situação já está fora de controle na Grécia, e o sistema de recepção da Itália está em seu limite", ela disse. "Os membros da União Europeia têm recursos, e têm responsabilidades."
O pedido vem ao mesmo tempo em que embarcações da Noruega e Dinamarca resgataram centenas de imigrantes em barcos pequenos na costa da Líbia nas últimas 24 horas.
Hungria
A Hungria cedeu nesta quarta às pressões impostas pela União Europeia e pela Áustria e reverteu a decisão anunciada de suspender a aplicação da convenção comunitária sobre migração e pedido de asilo.
"O ministro (das Relações Exteriores) Peter Szijjarto informou a seu colega austríaco que a Hungria não vai suspender a aplicação de nenhuma regra da UE", afirma a diplomacia húngara em um comunicado.
A regra prevê que um pedido de asilo deve ser examinado no país europeu em que a pessoa chegou. Budapeste havia dito que não aceitará o retorno para a Hungria de refugiados que entraram na UE pelo país, mas que viajaram para outro Estado da União.
O governo húngaro já havia decidido na semana passada fechar sua fronteira com a Sérvia devido ao fluxo de migrantes.
Fonte: G1