Ndalu Almeida é mais conhecido como Ondajaki, que quer dizer guerreiro em umbundo. O menino Ondajaki cresceu numa família em que se contam histórias. Com 13 anos de idade, inicia seus primeiros escritos e vai ao longo dos anos criando e recriando suas histórias. Possui uma escrita profunda, leve e tocante.
O escritor está morando desde fins de 2007 no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, criando e envolvido com várias ideias, uma mais antiga, outra mais atual. Fã da literatura brasileira, ele se interessa muito pela obra de Clarice Lispector e de Guimarães Rosa. Aprecia também as poesias de Manoel de Barros, dentre outros.
Entre seus livros mais conhecidos estão o romance Bom Dia Camaradas, de 2001; a novela O Assobiador, de 2002; o livro de poesia Há Prendisajens com o Xão, de 2002; o infantil Ynari: A Menina das Cinco Tranças, de 2004, Materiais para confecção de um espanador de tristezas, de 2009 e o mais recente A bicicleta que tinha bigodes: estórias sem luz elétrica, de 2011.
A bicicleta que tinha bigodes: estórias sem luz elétrica é um livro que trata da solidariedade. A Rádio Nacional de Angola promove um concurso e oferece como grande prêmio uma bicicleta para a criança que escrever a melhor história. Esse é o pano de fundo para a ficção de Ondjaki, que nos remete à fantasia presente na infância na forma de amizade, ternura, descobertas, mas também aos efeitos do processo político do país sobre as crianças. São três crianças da mesma rua que procuram “o tio Rui” para as ajudar a redigir os textos para o concurso. Ele “é escritor e inventa estórias e poemas que até chegam a outros países muito internacionais”. Os bigodes da bicicleta (o guidão) fazem mesmo lembrar os dele.
É um livro curto voltado para o público infantojuvenil mas capaz de encantar pessoas de qualquer idade. Vale muito a pena a leitura.
