Nesta sexta-feira (8), o ministro Blairo Maggi ampliou as relações comerciais entre o Brasil e China ao propor ao chefe do governo da província do Cantão, Ji Jiaqui um acordo para criação de um grupo formado por diplomatas do consulado brasileiro e técnicos dos dois países, a fim de facilitar a entrada de produtos brasileiros nos dois países.
Maggi considera a região do Cantão estratégica, já que tem um PIB de US$ 1,7 trilhão e em 2015 movimentou US$ 1 trilhão em comércio exterior. Ji Jiaqi disse que o Brasil é o segundo maior parceiro comercial do Cantão, atrás apenas dos Estados Unidos e propôs ao ministro um aumento da cooperação na área da segurança alimentar, principalmente no que se refere à gestão de riscos.
Esta parceria, na visão do governo de Cantão, se daria através de universidades e centros de pesquisa, como, por exemplo, a Embrapa. Blairo aceitou e orientou o presidente da Embrapa, Mauricio Lopes, presente no encontro, para iniciar as conversações com os chineses.
Blairo lembrou que o presidente Temer deverá ir à China no próximo ano, atendendo convite do presidente Xi Jinping feito durante o G20. Uma das questões que estão sendo tratadas pelos dois governos é uma mudança nos critérios do governo chinês para a seleção de empresas brasileiras aptas a exportar.
Blairo propôs – e Jiaqi aceitou – a criação de um grupo técnico para discutir este assunto. Jiaqi disse que Cantão tem autonomia para resolver este tipo de problema, o que poderá facilitar ainda mais a vida dos exportadores brasileiros junto ao governo Chinês.
Após a reunião, o ministro explicou que a pressão de províncias economicamente importantes, como o Cantão, junto ao governo central é um fator político que ajuda os produtores brasileiros que querem aumentar as exportações de alimentos para a China. "As pressões precisam acontecer não apenas no nível dos presidentes, mas também nos escalões intermediários, porque além das questões econômicas temos as questões políticas", explicou Blairo.