De 320 animais recolhidos nas rodovias federais entre janeiro do ano passado e fevereiro deste ano, 132 foram vítimas de acidentes e 13 levaram a morte do condutor. Os registros representam uma média de 20 atropelamentos por mês. Conforme dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), só no ano passado aconteceram 190 acidentes envolvendo animais de grande a pequeno porte nas BRs que cortam Mato Grosso, e este ano já são 33 registros.
A secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) vem trabalhando em conjunto com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), por meio do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), para dar suporte a estes casos, ainda assim muitos deles nem chegam a ser registrados a partir de boletim de ocorrência, já que o condutor em rodovia não parar para prestar socorro ao animal ferido na estrada por medo do bicho ou por achar que já está morto.
O coordenador de Fauna da Sema, Marcos Ferramosca, orienta sobre o que deve ser feito nesses casos. De acordo com ele, uma forma de ajudar o animal é “não ajudá-lo”. Em casos de acidentes na estrada, é recomendado que o condutor envolvido ligue imediatamente para a polícia para que haja o recolhimento do animal de forma correta. “O manejo incorreto do animal pode causar riscos ao bicho e a nós. O condutor pode ser atacado pelo animal que na tentativa de se defender, mesmo machucado age com seus instintos”, alerta.
As principais estradas que cortam o Estado e que tem tráfego de animais na pista possuem placas de alerta, porém, esta sinalização nem sempre é respeitada. Os condutores se sentem seguros por trafegarem constantemente pela estrada. Um exemplo dessa atitude foi o caso da onça parda atropelada no dia 11 do mês passado, na estrada parque de Chapada dos Guimarães, e que veio a óbito no último dia 6, em decorrência do acidente.
Ferramosca acrescenta que mesmo o Estado sendo uma região de cerrado, o que favorece o aparecimento de animais silvestres até mesmo em áreas urbanas, não há junto aos órgãos de segurança dados detalhados sobre o resgate destes animais. Nenhum registro é feito quanto à espécie, o estado que o animal foi encontrado ou até mesmo fotos do bicho para consulta posterior.
O BPA também atua em conjunto com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) para dar suporte ao resgate quando necessário amparo médico. Nem sempre os animais recolhidos são resgatados por acidentes, o batalhão recebe casos de denúncia de criação ilegal ou maus-tatos e entrega voluntária. Hoje o BPA é o único local que oferece suporte especificamente a animais silvestres.
A integração entre a Sema e a segurança pública do Estado visa coibir atos criminosos contra a os animais silvestres, visto que muitos já são considerados espécies em extinção. A cooperação também atua na apreensão desses animais nos centros urbanos por meio da Policia Militar (PMMT) e do Corpo de Bombeiros, que muitas vezes é chamado para auxiliar na captura de animais encontrados em quintais, ruas, casas e centros comerciais. Destes animais, os mais recorrentes são cobras, jacarés e capivaras.
Animais domésticos
O problema ‘atropelamento’ também acontece envolvendo grande quantidade de animais caracterizados ‘domésticos’. No ano Passado, o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciosp) registrou 78 atropelamentos de animais em vias urbanas, e até o início deste mês já foram feitos 50 registros. Entre esses, os bairros mais afetados são Jardim Vitória, com 8 ocorrências, seguido pelos bairros Nova Esperança, Parque Cuiabá e Parque do Lago, com 4 registros cada.
Resgate
No ano passado o Batalhão de Polícia Ambiental resgatou 577 animais, estes, advindos de cativeiro e atropelamentos. Neste ano, até o mês passado, foram resgatados 251 animais, estes também envolvidos em denúncias de criação em cativeiro e atropelamento.
Assessoria