Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, as pessoas evitam conversar sobre dinheiro para não haver brigas em família, e só acabam revelando que estão endividadas quando a situação está muito complicada.
"Se a família sabe administrar o dinheiro no dia a dia fica mais fácil lidar com alguma eventualidade como desemprego, por exemplo", diz.
Segundo a economista Kawauti, há sintomas claros da desorganização das finanças numa família. São eles:
As pessoas não conversam sobre dinheiro
Ninguém sabe quanto o outro ganha
Ninguém sabe quanto o outro gasta
As contas pessoais são mantidas em segredo
A família gasta mais do que ganha
Tem solução?
Mesmo diante de uma situação dessas, é possível reverter o quadro e melhorar as finanças da família, afirma a economista. Ela explica que a primeira coisa a fazer é reunir todos para conversarem e compartilharem seus problemas.
"Se o marido gasta muito com o carro, e a mulher gasta muito com roupas, por exemplo, tudo deve ser dito com clareza, para que todos fiquem cientes da situação", diz. "Feito isso, é preciso decidir quais gastos serão cortados."
A partir daí, é preciso ter disciplina para que todos se comprometam a cumprir as decisões que farão com que a família passe a cortar os gastos.
"É preciso ter muita paciência, muita sinceridade para que os frutos podem ser colhidos."
É preciso planejar tudo?
A economista diz que, sim, é preciso planejar tudo. "A família deve saber o que tem e onde deseja chegar. A partir daí, poderá decidir o que gastar e como."
Para facilitar, ela sugere juntar todas as rendas numa mesma conta, fazer as contas de quanto gasta com a casa, separar um valor a ser investido para os sonhos a serem realizados e, para não dar briga, separar um valor como se fosse uma mesada para o marido e a mulher, por exemplo.
"Sobre esse valor, marido e mulher não precisam dar satisfação um ao outro. É como se fosse um dinheiro para bobagens, mas tudo mantido dentro do orçamento", diz.
Todos devem participar
As finanças da casa não devem ser discutidas apenas por marido e mulher, mas também por todos os participantes da família. Se há crianças e adolescentes, esses também devem ser envolvidos no orçamento familiar. "É muito melhor que as crianças sejam ensinadas a economizar e dar valor ao dinheiro desde pequenas, e não apenas se a família passar por um aperto financeiro."
Fonte: UOL