Internacional

Israelenses e palestinos confirmam suspensão de negociações de paz

 
O secretário de Estado americano, John Kerry, principal promotor do diálogo, advertiu que se não for criado um Estado palestino independente, Israel corre o risco de se tornar um "Estado de apartheid", referindo-se ao regime racista que vigorou na África do Sul entre 1948 e 1994.
 
"Um único Estado vai acabar se transformando em uma Estado de apartheid, com cidadãos de segunda classe, ou vai terminar destruindo a capacidade de Israel em ser um Estado judeu", afirmou Kerry, segundo o site "The Daily Beast".O chefe da diplomacia americana reconheceu que o processo de paz está em uma fase de "confrontação ou interrupção", mas que não está morto.
 
Israel anunciou em 24 de abril que iria suspender as negociações de paz, e que tomaria medidas de retaliação. A atitude foi motivada pelo acordo de reconciliação entre a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que administra as partes autônomas da Cisjordânia, e o movimento islâmico radical Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
 
As conversas já estavam interrompidas desde que o governo israelense se negou a libertar em 29 de março, como estava previsto, um quarto e último grupo de prisioneiros palestinos.
Desde 29 de julho de 2013 o diálogo aborda questões como as fronteiras, as colônias israelenses em território palestino, o estatuto de Jerusalém e os refugiados palestinos.
"Durante as conversas, a divisão era uma arma que Israel usava todos os dias, perguntando-nos o que faríamos com Gaza", criticou o negociador palestino Saeb Erakat, citando as divergências com o Hamas.
 
"Quando começamos a solucioná-la por meio da reconciliação, Israel se aproveitou dizendo que os esforços de paz eram incompatíveis com essa reconciliação. Se não conseguimos alcançar a paz com Gaza ou sem Gaza, isso quer dizer que Israel tem um objetivo: não chegar a paz", acrescentou.
O Conselho Central Palestino (CCP), que faz parte da OLP, adotou no domingo um plano para manter os pedidos de adesão a cerca de 60 instâncias da ONU e outros acordos internacionais, em uma atitude condenada apor Tel Aviv.
 
G1

Redação

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