Indígenas caingangue, da região Sul do país, e policiais legislativos entraram em confronto no final da manhã desta quarta-feira (18) na porta de um dos anexos da Câmara dos Deputados.
A confusão começou quando, armado com uma lança, um índio correu em direção à porta de vidro do anexo 3 da Câmara. Outros índios arremessaram pedras e objetos.
A polícia legislativa reagiu com bombas de efeito moral e spray de pimenta. Um policial disparou spray no momento em que havia uma criança diante da porta. Um índio foi detido, segundo a polícia, por jogar pedras. Os indígenas negam e dizem que ele foi detido sem razão.
Os índios foram à Câmara por causa de uma audiência pública sobre produção agrícola indígena. O encontro foi promovido pela FPA (Frente Parlamentar Agropecuária).
Eles são contra o arrendamento de terras indígenas. Dizem que isso permitiria a posse da terra por não-indígenas. "Nós somos oposição a esse arrendamento, porque ele é da bancada ruralista. Se regularizar, nós vamos perder o nosso direito a terra garantido na Constituição, afirma o líder Kretã Kaingang.
Ao menos uma porta de vidro e três carros estacionados diante do prédio foram quebrados.
Em nota, a APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) repudiou a "truculenta decisão" da bancada ruralista de realizar a audiência pública para "supostamente debater a produção agrícola indígena".