Helena conhecerá Marina no casamento de Chica (Natália do Vale) e Ricardo (Herson Capri), pois a fotógrafa irá prestigiar o comandante, que é seu primo.
– Marina é linda, minha irmã. Tem um olhar… – comentará a leiloeira com Clara.
– Que pega fogo. Vou sair até de perto – responderá ela, tentando disfarçar a tensão.
Dias depois, toda a família se reunirá na festa de aniversário que a fotógrafa vai preparar para a sua assistente. Será uma superprodução, que deixará Clara encantada e Cadu, muito enciumado. A mãe de Luiza (Bruna Marquezine) mais uma vez perceberá todo o clima e dará um conselho à irmã durante o evento:
– Marina arrasou na produção, você está uma princesa e tal, mas olha, só um toque: dá uma bola ali para o seu marido porque ele está meio de bobo da corte.
– Ai, Leninha, jura? Mas não foi essa minha intenção. É que é muita gente para falar, estou meio perdida, não estou acostumada com isso – responderá ela, que correrá atrás do marido para se desculpar.
Apesar disso, os dois acabarão brigando feio, pois o gourmet não conseguirá controlar sua irritação com toda a homenagem preparada por Marina. Até mesmo Virgílio (Humberto Martins) estranhará a magnitude da festa e comentará com a mulher:
– Achei a festa toda um excesso, um exagero… Uma demonstração de qualquer coisa que eu não sei onde vai dar. Concorda comigo?
– Uma festa linda, sem razão aparente – concordará Helena, que lembrará de uma conversa que teve com a irmã em que ela confessou estar perturbada com a proximidade de Marina.
Pensando nisso, a leiloeira chamará Clara para conversar:
– Você continua no mesmo dilema que estava em Goiânia, quando conversamos. E também quando nos falamos lá em casa. Eu ainda não consegui te entender. Qual é a sua questão de fato? A Marina mexe com você afetivamente? Ou você está fascinada por esse universo dela de glamour e sofisticação? De vida de artista?
A assistente de Marina dirá que gosta da vida pacata que leva, mas Helena não se convencerá e afirmará que a irmã ficou deslumbrada após começar a conviver com a fotógrafa.
– Você acha? É, talvez seja isso, estou numa briga interna aqui comigo mesma, entende? Porque adoro minha vida familiar, tranquila e trivial de todos os dias: mamãe, papai, filhinho. Mas admiro a força da Marina como mulher, sabe? A independência dela, a coragem, a beleza… Ela desperta em mim emoções que eu não conhecia.
– Você está falando de admiração ou de atração? – questionará Helena, bem direta, deixando Clara sem graça.
– Se tivesse essas respostas, não teria vindo aqui te pedir uma luz. Fingi que não, mas entendi o ciúme do Cadu na festa. E não quero ser leviana com ele, que é meu amor, meu companheiro.
– Para! Para, Clara! Chega! Você está se enrolando toda e saindo pela tangente. Você precisa ter coragem – de uma vez por todas – de definir para si mesma o espaço que cada um desses dois ocupa no seu coração: a Marina e o Cadu. Porque, sejamos adultas, minha irmã, temos um fato incontestável aqui: você está absolutamente dividida entre os dois – sentenciará Helena, deixando Clara sem palavras.
BLOG Patricia Kogut