“O quadro de adesão é muito bom e hoje já aderiram ao movimento cerca de 65% a 75% dos servidores, atingindo 24 das 32 unidades do instituto. Nós fazemos questão de frisar que esta não é uma greve por melhores salários e a própria divulgação hoje da Pnad [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios] Contínua é fruto do esforço dos funcionários e da pressão da sociedade. Porque, se dependesse da decisão da direção do instituto, em comum acordo com o governo, esta divulgação só voltaria a acontecer em janeiro. Então, esta divulgação é uma vitória dos servidores e da sociedade”, disse.
Procurado pela reportagem, o IBGE admitiu a paralisação, mas contestou os números apresentados pela Assibge. Segundo a assessoria de imprensa do instituto, “a paralisação dos servidores continua parcial e atingiu um total de 18 unidades estaduais, além das sede e das unidades Parada de Lucas, Canabarro e Chile, que ficam no município do Rio de Janeiro”. Segundo o IBGE, em todo o país, “a adesão foi de cerca de 22% dos trabalhadores” e “o calendário de divulgação de índices está mantido”.
No Rio de Janeiro, os funcionários do IBGE voltaram a se reunir hoje (3) em assembleia estadual para avaliar e discutir os rumos do movimento, inciado como forma de pressão contra o adiamento da divulgação da Pnad Contínua, o esvaziamento do quadro de pessoal do órgão e o corte “significativo” no orçamento do instituto.
“O SOS IBGE é uma forma de denunciar o sucateamento e o esvaziamento do instituto, o que compromete a qualidade das pesquisas divulgadas. O que queremos é um a garantia do IBGE como uma instituição de Estado e não de governo. Queremos autonomia técnica e concurso público para repor nossos quadros. Nós eramos oito mil em meados de 2007, hoje somos pouco mais de cinco mil, dos quais quatro mil estão pra deixar a casa. O ingresso de novos concursados não repõe em número adequado as necessidade do órgão. A situação de esvaziamento é dramática e agravada pelo corte significativo do orçamento”, avaliou.
Na avaliação de Ana Magni, sempre que os trabalhadores foram chamados para assumir a defesa técnica do IBGE, eles responderam adequadamente. “É preciso que se registre que os trabalhadores do IBGE não podem ser acusados de não ter alertado o governo da necessidade de recomposição do seu corpo técnico e da elaboração de um orçamento adequado às necessidades de realização das pesquisas”.
Agência Brasil