O Ministério Público Estadual (MPE) recorreu, no final da tarde desta terça-feira (24), da decisão da juíza Rosi de Meira Borba, que revogou, no dia 24 de dezembro passado, a prisão preventiva do empresário Alan Malouf.
Ele é acusado de integrar um esquema de fraudes em licitações e recebimentos de propinas de empreiteiras que executavam obras para a Seduc (Secretaria de Estado de Educação).
Além de recorrer contra a liberdade, o MPE, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), convocou novamente o empresário para prestar esclarecimentos.
Ele irá depor no próximo dia 1º de fevereiro, a partir das 14 horas.
O recurso contra a liberdade de Alan se baseia na argumentação de que as provas contra ele – assim como os requisitos para a prisão preventiva – se mantêm inalteradas.
Há evidências, segundo o Gaeco, de que o empresário tentou atrapalhar as investigações, quando teria interferido na delação do empresário Giovani Guizardi, um dos articuladores do esquema.
"Ele tentou intimidar o Giovani, para que ele não falasse nada, pois ainda tinha dinheiro para receber. Muita água ainda irá passar por debaixo da ponte", disse uma fonte do Gaeco.
Trâmite
O recurso contra a revogação da prisão preventiva de Alan será analisado pela juíza Selma Arruda, da Vara contra o Crime Organizado em Cuiabá.
Caso ela não decida manter a prisão do empresário, o recurso será analisado pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Novos esquemas
Conforme o Gaeco, novos esquemas foram detectados durante as investigações da última fase da Operação Rêmora. E um novo Procedimento Investigatório Criminal (PIC) foi instaurado.
"São novas fraudes, com o mesmo modus operandi, ou seja, formação de cartel, divisão de obras e recebimento de propina. É o mesmo contexto fático com novos desdobramentos", disse a fonte.
Por conta disso, os empreiteiros Giovani Guizardi e Ricardo Sguarezi, o ex-secretário Permínio Pinto e os ex-servidores da Seduc, Wander Luis dos Reis e Fábio Frigeri também irão prestar novos depoimentos.
"É muito provável que Alan Malouf e outros envolvidos passem a responder por novas denúncias, já que os novos elementos levantados recentemente são substanciais", afirmou a fonte do Gaeco.
Fonte: Mídia News