Dez dias depois de os primeiros caminhões interromperem a passagem em rodovias brasileiras, faltam verduras, legumes, ovos, carne e até pão em supermercados de ao menos 22 capitais, segundo levantamento da Folha de São Paulo divulgado na terça-feira (29).
Grandes centros urbanos do Sul e Sudeste são os mais afetados, enquanto capitais do Norte demonstraram normalidade na terça-feira (29). A mesma lógica se aplica aos postos de combustíveis: em 11 capitais, a maioria do Norte, havia etanol e gasolina em mais da metade dos postos. São Paulo, Rio e mais 13 capitais seguiam na situação crítica de não ter combustível nem em metade dos estabelecimentos.
Produtos hortifruti, os mais perecíveis, são os principais itens que sumiram na maioria dos estados. Em Florianópolis, nas unidades dos Supermercados Imperatriz, chegou-se ao extremo de sugerir-se uma cota para o cliente: três produtos por pessoa ou 3 kg no total. A capital catarinense é uma das mais críticas afetadas pela paralisação, sem combustível nem previsão de abastecimento.
Em sete lojas da rede Muffato, em Curitiba, uma das principais do estado, faltam ovos, batata-doce, cenoura, carne suína e alguns cortes de carne bovina com osso. Há também carência de pães industrializados.
No Rio, o Ceasa é o retrato da falta crônica de alimentos. De 80% a 90% das lojas do entreposto permanecem fechadas nesta terça-feira (29). O local, que é o principal ponto de chegada de frutas, verduras e legumes do estado, recebeu 50 caminhões para abastecimento -em dias normais o número chega a 600 veículos.
Em São Paulo, supermercados ainda têm estoque de produtos não perecíveis por mais dez dias, segundo a Apas, entidade que representa a categoria.
No Centro-Oeste, Brasília registra carência de hortifrutigranjeiros, especialmente legumes e frutas, como tomate, laranja, banana e mamão -que chegaram a zerar em várias redes. Frango e alguns tipos de carne também estão em falta. Em Goiânia, prateleiras estão vazias nas seções de hortifruti, e faltam verduras frutas e legumes, assim como em Cuiabá e Campo Grande.
Belém é uma das poucas capitais do Norte que registra falta de alimentos. A Ceasa viu cair em 95% a oferta de hortifrutis: nesta terça havia 46 toneladas disponíveis deles, ante 117 no dia anterior.
Manaus vive dias tranquilos. As unidades da rede de supermercados DB, a maior do estado, não sofreram desabastecimento. Também não há desabastecimento em Rio Branco.
Em Porto Velho, o que falta são produtos trazidos de outros estados, como tomate, cebola, batata e repolho. Em Boa Vista, nenhum gênero está em falta e, mesmo com bloqueio, as cargas de alimentos estão passando normalmente. A situação está normalizada em Macapá.
No Nordeste, laticínios como iogurte estão em falta em João Pessoa, e a carne acabou em alguns estoques. Em Maceió, onde faltam embutidos, laticínios e hortifrutis, distribuidoras calculam prejuízos de até R$ 2 milhões.
Aracaju não sofre desabastecimento, mas todas as 33 unidades da rede GBarbosa operam com restrição de alguns tipos de produtos. Em São Luís, o desabastecimento de verduras e frutas chegou a 40% do ideal.
Com informações da Folhapress.