A barra de 50kg de prata foi trazida para a superfície e recebida pelo presidente de Madagascar e diplomatas do Reino Unido e dos Estados Unidos.
Agora, ela está sob a custódia de soldados na ilha de Sainte Marie.
O repórter da BBC Martin Volgt acompanhou a cerimônia e relata que a descoberta gerou grande entusiasmo em Madagascar.
"A equipe do explorador Barry Clifford não tem dúvidas de que o tesouro é genuíno", diz Volgt.
Clifford e seus mergulhadores acreditam que a barra de prata data do século 17 e foi forjada na Bolívia. Já o navio onde ela se encontrava teria sido fabricado na Inglaterra.
No entanto, afirma Volgt, ainda existe um ceticismo em torno da legitimidade do tesouro e provavelmente haverá pedidos para que isto seja provado.
Uma alternativa seria retirar amostras da madeira do navio para checar se de fato ele veio da Inglaterra.
Tecidos, ouro e prata
O Capitão Kidd foi executado em 1701 por pirataria depois de retornar de uma viagem pelo oceano Índico.
Ele havia sido designado pela Coroa britânica para combater a pirataria e capturar navios franceses inimigos.
Em 1698, Kidd saqueou um navio armênio, o Quedagh Merchante, que aparentemente navegava sob a proteção da França.
Mas o capitão da embarcação era um inglês, e Kidd foi executado em Londres em 1701.
O Quedagh Merchant carregava tecidos, ouro e prata quando foi atacado.
Acredita-se que grande parte de sua carga pertencia à Companhia Britânica das Índias Orientais.
Durante sua execução, a primeira corda colocada em seu pescoço arrebentou. Houve ainda uma segunda tentativa, quando a corda arrebentou novamente.
Kidd só morreu na terceira tentativa. Seu corpo foi coberto por piche e pendurado por correntes sobre o rio Tâmisa para servir de alerta para os interessados em entrar na pirataria.
A lenda dá conta que Kidd escondeu boa parte de seus saques, o que levou a inúmeras caças ao tesouro e inspirou o autor Robert Louis Stevenson a escrever A Ilha do Tesouro (1883), um dos clássicos da literatura infanto-juvenil.
Fonte: BBC BRASIL