Foto: Jardel P. Arruda / Olhar Direto
O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) se manteve calado durante depoimento a delegada Cleibe Aparecida, na Delegacia Fazendária (Defaz), em Cuiabá, na noite desta quinta-feira (17). Acusado de participar de esquema de corrupção na distribuição de incentivos fiscais em Mato Grosso, o peemedebista foi levado para o Instituto Medico Legal (IML), onde passou pelo exame de corpo de delito, e logo após, ao 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros, no bairro do Porto, onde é mantido em prisão preventiva.
Silval estava foragido há dois dias, desde que a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda decretou o seu mandado de prisão preventiva e dos ex-secretários de Estado da sua gestão, Pedro Nadaf e Marcel de Cursi. O ex-governador se entregou a magistrada por volta das 16h desta quinta.
O peemedebista chegou a Defaz escoltado por viaturas, agentes e delegados da Polícia Civil. Ele evitou a imprensa, mas disse, diante da pergunta de uma repórter, que "não se sentia humilhado". Apesar de toda a movimentação, o ex-governador não respondeu a nenhuma pergunta feita pelos agentes civis. Ao sair do local, se limitou a dizer que é "inocente" e que "está tranquilo".
Sua defesa, representada pelos advogados Ulisses Rabaneda e Valber Melo, orientou que se mantivesse calado, pois o ex-governador não teve acesso aos autos do processo.
“Mal tivemos tempo de conversar com ele. Aliás, não tivemos tempo de ler todo o inquérito e acesso a todas as informações, o que dificulta até mesmo entendermos o que está acontecendo. Por isso, o instruímos para que permanecesse em silêncio diante dos questionamentos. Meu cliente é inocente, nenhum fato está ligado a ele que era o governador e assinou um decreto, mas ele não pode responder por ser governador e assinar um ofício. Não pode ser responsabilizado por terceiros também. Ele tinha uma equipe técnica para avaliar. Ele só assinou. O delator [João Batista Rosa] presumiu em tese o governador saberia do esquema, mas não tem nada que ligue o Silval", argumentou o advogado Valber Melo ao deixar a sede da Defaz.
Os advogados de Silval entraram com pedido de habeas corpus na quarta-feira (16). De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça (TJMT), provavelmente a apreciação será conclusa nesta sexta-feira (18).
A operação
A Operação Sodoma investiga esquema criminoso entre gestores do alto escalão do governo Silval Barbosa. De acordo com informações da Secretária de Segurança do Estado (Sesp-MT) os pedidos de prisão foram feitos pela Delegacia de Combate à Corrupção de Mato Grosso.
Além das prisões, foi montada uma força-tarefa entre grupo operacional do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira – criado no início do ano pelo governador Pedro Taques), Ministério Público Estadual (MPE), Secretaria de Fazenda de Mato Grosso e Procuradoria Geral do Estado, com apoio do Sistema de Inteligência do Estado.
O secretário-geral do Cira, promotor Fábio Galindo, informa que a operação ocorre no curso da investigação criminal iniciada há mais de quatro meses e está amparada em ‘robusto acervo de provas’ da participação dos investigados e mediante minuciosa análise de dados e de documentos, dentro das mais modernas técnicas de Inteligência.
Galindo informou ainda que agentes policiais estão agindo nos estritos termos da Lei e em cumprimento à ordem judicial expedida pela Vara de Combate ao Crime Organizado de Cuiabá.
Veja o momento da chegada de Silval à Defaz, em vídeo feito pelo Olhar Direto:
Com informações do Gazeta Digital
Silval Barbosa se entrega à justiça na tarde desta quinta-feira (17)
Operação Sodoma desarticula farra fiscal em Mato Grosso
Silval tem nome incluido na lista de procurados da Interpol
Delação premiada de empresários comprova esquema de suborno
Secretaria de Segurança mobiliza todo aparato para achar Silval
Nadaf teria recebido R$ 2,6 milhões como propina para conceder incentivos fiscais
Silval recebeu notícia de prisão por fonte no Tribunal de Justiça