Um dos principais grupos estudantis que lideram as manifestações pró-democracia em Hong Kong disse nesta quinta-feira (4) que considera encerrar os protestos de mais de dois meses em ruas da cidade controlada pela China.A Federação de Estudantes de Hong Kong vai decidir na próxima semana se pedirá aos manifestantes que levantem acampamento, apesar de não terem conseguido atingir seu objetivo de garantir a livre inscrição de candidatos para a eleição do próximo líder da cidade em 2017.
"Algumas pessoas querem ficar até o último minuto, e nós respeitamos isso, mas não podemos ocupar sem significado", disse a porta-voz da federação, Yvonne Leung, a uma rádio local. "Vamos decidir na próxima semana se ficamos ou recuamos."A federação é um de vários grupos que lideram os protestos na ex-colônia britânica. Alguns membros de outro grupo estudantil, o Scholarism, iniciaram uma greve de fome, enquanto líderes do movimento pró-democracia "Occupy Central" se entregaram para a polícia na quarta-feira e pediram o recuo dos estudantes.
Os líderes estudantis conversaram com autoridades de Hong Kong em outubro, mas não conseguiram romper o impasse depois que o governo disse que a demanda deles por inscrições abertas de candidatos era impossível sob a legislação da ex-colônia britânica.Hong Kong voltou ao regime do Partido Comunista chinês em 1997 sob a fórmula "um país, dois sistemas", que concede certa autonomia em relação ao governo de Pequim e tem a promessa de buscar o sufrágio universal. A China autorizou uma votação livre em 2017, mas apenas com candidatos aprovados previamente por Pequim.No auge, os protestos chegaram a reunir mais de 100.000 pessoas nas ruas da cidade, mas o número caiu drasticamente para algumas centenas.
G1