Economia

Especialistas apontam economia com uso do biodiesel

Especialistas que participaram do 1º Congresso de Bionenergia de Mato Grosso e o 3º Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central, em Cuiabá discutiram sobre ‘Oportunidades com o Biodiesel”, nesta terça-feira (13). Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Brasil é o quarto maior consumidor de combustíveis do mundo e deverá importar óleo diesel a partir de 2016.

Preocupado com o dado o diretor-superintendente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski, apresentou uma alternativa durante a apresentação do seu tema ‘Situação do Biodiesel em Mato Grosso: matérias-primas, produção e consumo’.

“Uma das alternativas para mudar essa realidade é aumentar a porcentagem de biodiesel no diesel, que hoje é de 7%. Até 2019, essa quantidade aumentará para 10%, entretanto, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) já sinalizou que essa parcela poderá chegar a 15%”, afirmou Tokarski.

Segundo ele, o biodiesel é um ótimo negócio para Mato Grosso, já que o seu custo é menor, gera mais empregos e reduz drasticamente a emissão de gases de efeito estufa. “Dados de 2015 demonstram que 77,30% do biodiesel tem a soja como principal matéria-prima, seguida do sebo bovino, óleo de frituras e óleo de caroço de algodão. Se considerarmos somente a soja produzida em Mato Grosso daria para abastecer toda a porcentagem dos 15% previstos para atender o país”.

Tokarski reforçou que Mato Grosso necessita de uma política estadual voltada para atender essa demanda. “Estamos acomodados na cultura do petróleo e essa energia fóssil é finita, ela vai acabar. Devemos exigir dos nossos governantes e parlamentares políticas públicas sérias e que deem resultado efetivo. Para se ter uma ideia, atualmente, o Brasil tem 51 usinas de biodiesel, sendo que a maior parte está aqui em Mato Grosso. Não precisamos importar diesel se aumentarmos a produção de biodiesel”, enfatizou.

O consultor técnico da Ubrabio, Donato Aranda, destacou que a primeira planta-piloto de biodiesel no Brasil nasceu em Mato Grosso. “O desafio consiste em reaproveitar mais e melhor as matérias-primas que temos disponíveis. Isso reduziria substancialmente os impactos das emissões veiculares, gerando menos poluente e melhorando a qualidade do ar, já que as emissões de gases de biodiesel de soja reduzem em 57% comparado ao diesel fóssil”.

Aranda destacou o uso autorizativo do B20, destinado aos ônibus e caminhões (com 20% de biodiesel na mistura), e o B30 para máquinas agrícolas (que permite a adição de 30% de biodiesel). “Os produtores rurais e proprietários de empresas de transporte podem decidir se querem utilizar uma quantidade maior de biodiesel e isso é fantástico porque permite uma economia considerável. Somente na produção de soja, milho e cana-de açúcar, os produtores poderiam ter uma economia média anual de R$ 48 milhões, considerando o último valor comercializado do biodiesel”, garantiu.

Na sequência, o assessor técnico da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), Antonio Carlos Ventilii, levantou questões relacionadas aos impactos socioambientais do biodiesel e saúde pública. “Além da redução dos poluentes, o uso do biodiesel gera 113% mais emprego do que o diesel fóssil. Podemos dizer que o biodiesel é mais do que um combustível renovado, ele é sustentável”.

Para Daniel Furlan Amaral, gerente de Economia da Associação Brasileira Indústrias Óleos Vegetais (Abiove), o Brasil tem um vasto potencial a ser explorado. “Hoje existem basicamente três grandes produtores de soja no mundo, Estados Unidos, Argentina e Brasil. Os EUA e a Argentina estão próximos de atingir o seu limite máximo de produção, diferente do Brasil, que pode explorar e aumentar ainda mais a sua produção de grãos”.

O presidente da Sindicato das Indústrias do Biodiesel de Mato Grosso (Sindibio), Rodrigo Guerra, moderador do debate, evidenciou que o Estado pode colaborar muito com a matriz energética do país. “O biodiesel não pode ser visto apenas como agregador de cadeia. Por isso a importância dessa discussão para avaliarmos o cenário atual e definirmos ações futuras”.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Economia

Projeto estabelece teto para pagamento de dívida previdenciária

Em 2005, a Lei 11.196/05, que estabeleceu condições especiais (isenção de multas e redução de 50% dos juros de mora)
Economia

Representação Brasileira vota criação do Banco do Sul

Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, assinaram o Convênio Constitutivo do Banco do Sul em 26