O site e o aplicativo Meu INSS estavam fora do ar na manhã desta quarta-feira (30), dia em que teve início a greve de médicos peritos. Com o serviço digital paralisado, segurados reclamam que não conseguem reagendar perícias e outros procedimentos presenciais.
Além dos médicos, servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) estão em greve desde a semana passada, na chamada Operação Apagão. Ambas as categorias reivindicam reajuste de 19,9% no salário para repor a inflação acumulada desde 2019, dentre outras pautas.
Em testes realizados pela Folha nesta quarta em diversos dispositivos, pelo site e pelo aplicativo, o acesso ao Meu INSS travou logo após o login. Advogados que atuam em processos previdenciários relatam que o serviço está com problemas desde a segunda-feira.
Questionados sobre os motivos do problema e o que o segurado deve fazer, INSS e Ministério do Trabalho e da Previdência não haviam respondido até as 12h desta quarta.
Nesta manhã havia relatos de paralisação dos peritos nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Sergipe. Já a paralisação dos servidores do INSS, segundo a Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social), alcançou 23 estados e o Distrito Federal.
Mesmo com a greve, alguns profissionais não aderiram e seguem atendendo normalmente. Por isso, Adriane Bramante, presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), orienta que o segurado compareça à agência no dia e hora agendados, para não correr o risco de perder o benefício.
Caso o Meu INSS continue fora do ar e o segurado não seja atendido, o IBDP orienta que a pessoa tente remarcar o procedimento presencialmente na agência.
Segundo Francisco Eduardo Cardoso Alves, vice-presidente da ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos), os profissionais decidiram fazer a paralisação porque não houve, até agora, sinalização do governo de que as pautas de reivindicação serão atendidas.
"O governo até agora não tomou uma atitude em relação à categoria, já insatisfeita há mais de um ano, desde que fomos forçados a voltar a trabalhar, em setembro de 2020, quando ainda não tinha nem vacina", afirma o servidor.
Para Alves, o ideal seria que os segurados já remarcassem a perícia, para não perder a ida até o local, embora não seja possível saber exatamente onde haverá paralisação. "Era para ter uma orientação; não sei se o governo está tomando uma atitude."