Atingido no pescoço por um golpe de faca durante suposta tentativa de assalto ocorrida no banheiro da estação Santana da Linha 1-Azul do Metrô, o cabeleireiro Demerval de Carvalho Júnior disse nesta segunda-feira (11) ao SPTV que sua bolsa estava presa ao corpo e um dos assaltantes o atacou por pensar que ele resistia à ação dos criminosos.
“Como eu estava com jaqueta e uma bolsa atravessada, conforme ele (criminoso) puxava, a impressão que dava é de que eu estava recusando, mas na verdade não, a bolsa estava presa. Foi quando o que estava por trás falou: ‘agora você vai morrer’. E passou algo cortante na minha garganta", afirmou. A agressão aconteceu na noite de quinta-feira (7).
O rapaz conta que correu em direção às catracas e reclama que os seguranças do Metrô demoraram a agir. “Gritando, e pedindo ajuda, pedindo 'socorro, socorro'. Nada. E ele me seguindo, ele me seguiu até a catraca. Foi quando eu falei para o guardinha: 'fui roubado, olha isso aqui ó, está sangrando, foi ele'. Aí ele falou: 'então passa para cá'."
O passageiro usou uma rede social para denunciar o crime. O Metrô confirmou que prestou socorro ao jovem, mas não a tentativa de roubo porque o rapaz se recusou a registrar boletim de ocorrência na polícia.
A polícia soube nesta segunda do assalto. E disse que saiu à procura dos bandidos antes de encontrar a vítima. Em frente ao banheiro da estação Santana há duas câmeras. Mas o Metrô informou aos investigadores que elas não funcionavam no dia do assalto.
O passageiro publicou fotos do ferimento no Facebook. Na mensagem, ele contou que foi até a estação para recarregar o cartão do Bilhete Único. Como a fila estava grande, o jovem decidiu ir ao banheiro antes de retornar ao guichê de recarga. Quando estava dentro de uma das cabines do banheiro, a dupla arrombou a porta. O passageiro escreveu que conseguiu sair da cabine, mas um dos assaltantes o imobilizou e o outro tentou levar a bolsa.
Primeiros socorros
O Metrô informou, em nota, que agentes de segurança da estação prestaram os primeiros socorros ao jovem e o levaram para o pronto-socorro de Santana para atendimento médico. Ainda segundo o comunicado, o rapaz se recusou a ser acompanhado por funcionários do Metrô até uma delegacia para registro de boletim de ocorrência.
“Se fiz B.O.? Nem fiz… Estava cansado, sujo, com dor… Ia perder a noite na delegacia, como não conseguiram pegar o cara e não teve roubo, ia servir somente de estatística. Se estou bem? Eu diria, estou vivo”, escreveu o passageiro no Facebook.
O Metrô disse que formalizou um registro em seu sistema interno, com detalhes do ocorrido. Imagens de segurança serão fornecidas caso a polícia solicite o material. O Metrô afirmou ainda que conta com 1,3 mil agentes de segurança que executam rondas nas estações e nos trens e mais de 3,5 mil câmeras de vigilância eletrônica para monitoramento.
Fonte: G1