A defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que foi preso na sexta-feira (8), disse em nota divulgada neste domingo (10) que "mais uma vez, foram violados direitos que lhe são assegurados por lei".
O peemedebista estava em prisão domiciliar e foi levado de volta ao presídio da Papuda, em Brasília, depois de a Polícia Federal descobrir um "bunker" em Salvador, onde estavam guardados R$ 51 milhões em dinheiro vivo.
A PF identificou impressões digitais do ex-ministro e de seu ex-assessor Gustavo Ferraz, também detido.
A nota da defesa traz ainda que, "além de ter sido impedido o acesso e a entrevista pessoal dos advogados constituídos por Geddel, ainda foi impossibilitada a participação na sua oitiva perante a autoridade policial".
E que a "suposta emoção" atribuída a Geddel durante o depoimento divulgada por "fontes ligadas à investigação", foi "mais um atentado à sua dignidade e integridade moral, mediante a indevida exposição de uma pessoa submetida à custódia e responsabilidade do Estado."
"Geddel irá refutar as consequências jurídicas que lhe são indevidamente imputadas, em momento oportuno, perante as autoridades competentes", conclui a nota.
PAPUDA
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do DF, Geddel divide cela com nove presos, exatamente os mesmos da outra vez.
Segundo o órgão, a capacidade da cela é para 12 pessoas, com quatro treliches, há apenas chuveiro frio no local e um espaço para necessidades fisiológicas.
Geddel está no mesmo presídio de Lúcio Bolonha Funaro, pessoa que foi determinante para a decisão da Justiça da primeira prisão do peemedebista.
Preso desde julho do ano passado, Funaro é apontado pelas investigações como operador do ex-deputado Eduardo Cunha e de todo o PMDB da Câmara.
GOVERNO
Geddel deixou o governo Temer, de quem é amigo de longa data, sob acusação de pressionar o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero (Cultura) para viabilizar um empreendimento na Bahia.
Os apartamentos no prédio pivô da queda do ex-ministro são avaliados em R$ 2,6 milhões, com vista para a Baía de Todos-os-Santos, em Salvador.
Se a suspeita da PF se confirmar de que o dinheiro todo encontrado no "bunker" é de Geddel, pode-se concluir que ele poderia comprar quase 20 imóveis iguais a esse que determinou sua saída do governo.